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Acordo Equipav-Shree Renuka Sugars segue tendência do setor

22 de fevereiro de 2010

undefinedA compra de 50,8% do Grupo Equipav pela principal refinadora de açúcar da Índia e uma das maiores do mundo, a Shree Renuka Sugars (SRSL), anunciada neste domingo (21/02/2010), segue uma tendência que vem sendo observada no setor sucroenergético nos últimos anos e particularmente neste início de 2010. Assim a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) avalia a quarta grande transação do ano no setor sucroenergético brasileiro, e a terceira que envolve a presença de capital estrangeiro majoritário.

“Está ocorrendo uma intensificação dessas transações, em função de uma convergência de fatores favoráveis ao etanol brasileiro de cana-de-açúcar, que juntos, comprovam cada vez mais a sustentabilidade e o sucesso do projeto brasileiro de substituição de combustíveis fósseis por renováveis. Esse conjunto de fatores, naturalmente, está atraindo mais investidores externos”, afirma o presidente da UNICA, Marcos Jank.

Antes da transação envolvendo o Grupo Equipav, foram anunciadas desde janeiro a joint-venture entre Shell e Cosan, a aquisição do Grupo Moema pela Bunge e a união ETH-Brenco em uma só empresa, que se chamará ETH Bioenergia. A mais nova transação prevê um investimento de R$ 600 milhões na produção de açúcar e etanol nas duas usinas do grupo, localizadas nas cidades paulistas de Promissão e Brejo Alegre. Em novembro de 2009, a SRSL concluiu sua primeira investida no Brasil, fechando a aquisição de 100% da Usina Vale do Ivaí, no Paraná.

A SRSL iniciou suas operações em 1999 e opera oito usinas de açúcar, três destilarias, instalações de co-geração de 173MW e duas refinarias. Já o Grupo Equipav detém participação acionária em mais de 20 empresas, atuando nos setores de concessões rodoviárias, terminais rodoviários, saneamento, co-geração de energia elétrica, produção de argamassa, gestão de resíduos e conservação de áreas verdes. O Grupo atua no setor de açúcar e etanol desde 1980.

Para o presidente da SRLS, Narendra Murkumbi, o investimento na Equipav aproxima a empresa indiana da construção de um negócio global de açúcar e etanol. “Estamos combinando o melhor custo de produção com possibilidades de ganhos de escala, com uma presença destacada nos maiores mercados consumidores de açúcar e etanol do mundo”.

Considerando-se todas as aquisições realizadas em 2010, o percentual do setor sucroenergético brasileiro sob controle de capital externo atinge a marca dos 22%, total ainda muito inferior ao de diversos outros segmentos da economia nacional, inclusive do próprio agronegócio.