Uma parceria entre a multinacional brasileira Petrobras e a KL Energy (KLE), empresa especializada em biotecnologia dos Estados Unidos, é um passo importante na busca pela diversificação e otimização dos processos industriais aplicados à produção do etanol de segunda geração utilizando o bagaço de cana. Esta é a opinião do consultor de emissões e tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, sobre o acordo com duração de 18 meses assinado em agosto de 2010.
“A iniciativa é muito bem vinda, pois o estudo demonstra avanços. É mais uma ação que vem somar a outras que temos no País, como as da Novozymes, Dedini e do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), que desenvolvem novas opções tecnológicas para o etanol de segunda geração,” afirma Szwarc.
Como parte do acordo de cooperação, a Petrobras já investiu US$ 6 milhões para adaptar a planta de demonstração da KLE em Upton, cidade localizada no estado de Wyoming. Desde 2007, a empresa já vinha trabalhando na otimização do etanol celulósico a partir de biomassa lenhosa.
Segundo a Petrobras, caso os testes sejam bem sucedidos, mais US$ 5 milhões serão empregados no projeto para pagar os royalties e propriedade industrial à KLE. Dependendo dos resultados, a Petrobrás construirá a primeira unidade de produção no Brasil em 2013.
“Começamos com o departamento de pesquisa e desenvolvimento da Petrobras, porque eles também estão criando sua própria tecnologia na área de etanol de segunda geração. Basicamente, eu chamei os investidores e lhes disse um pouco sobre o que a KLE estava fazendo, e da tecnologia e as possibilidades de cooperação,” explica Peter Gross, diretor-presidente da KL Energy em entrevista à revista “Ethanol Producer”, publicada em 15 de fevereiro de 2011.
Para Szwarc, da UNICA, o interesse de empresas de biotecnologia no mercado de biocombustíveis se deve ao fato do Brasil possuir uma série de vantagens competitivas para produção do etanol de primeira e segunda gerações. “A principal delas é que, no curto prazo, com o etanol celulósico o Brasil vai aumentar em 30% sua capacidade produtiva sem a necessidade de expandir suas fronteiras agrícolas,” conclui.