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“Alemanha precisa importar etanol do Brasil,” diz vice-ministro

25 de outubro de 2010

O governo alemão deve estreitar relações comerciais com o Brasil e um dos produtos que deve entrar na pauta de importação é o etanol brasileiro, avalia o vice-ministro de Transportes da Alemanha, Rainer Bomba. Ele visitou na segunda-feira (18/10) a Usina Costa Pinto, na cidade de Piracicaba (SP), acompanhado por uma delegação alemã e integrantes da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA). A Usina Costa Pinto faz parte do Grupo Cosan, associado da UNICA.

“A Alemanha precisa importar etanol e o Brasil é um forte parceiro comercial, já que possui grande potencial de investimento. Uma parceria só funciona quando é uma via de mão-dupla,” afirmou Bomba, que veio ao Brasil pela terceira vez este ano para participar de reuniões de planejamento com empresários e potenciais parceiros de comércio. Esses encontros são preparatórios para a visita do ministro de Transportes da Alemanha, Peter Ramsauer, que deverá ocorrer em março de 2011.
Diretiva Européia

Bomba, que também visitou a Dedini, empresa que fabrica plantas industriais para o setor sucroenergético em mais de 40 países, afirmou que seu país precisará comprar etanol brasileiro para, entre outros objetivos, cumprir a meta de seu país para uso de combustíveis renováveis no setor de transportes.  A meta, estabelecida pela chamada “Diretiva Européia”, impõe aos estados membros da União Européia (UE) a utilização, a partir de 2020, de 20% de energias renováveis em sua matriz energética. A metade desta cifra, 10%,  deve ser atingida no setor de transportes e a expectativa é que a maior parte seja cumprida com o uso de biocombustíveis. A Diretiva Européia vigora a partir de 2011.

Na terça-feira (19/10), o vice-ministro participou de uma reunião fechada com representantes diplomáticos e executivos da UNICA. Pela  UNICA, estiveram no encontro o presidente da entidade Marcos Jank e sua assessora Sênior para Assuntos Internacionais, Géraldine Kutas. Também participaram o embaixador brasileiro na Alemanha, Everton Vargas; o subsecretário geral de Energia e Alta Tecnologia, André Amado, além de representantes de empresas associadas à UNICA.

Géraldine Kutas explica que o interesse da Alemanha no etanol brasileiro vai além da “Diretiva Européia”. “Os alemães estão adotando um plano energético para reduzir a dependência de combustíveis fósseis, a exemplo do que fez a Suécia. O plano tem três pilares: melhorar a eficiência dos motores, substituir parte da frota por veículos eletricos e utilizar combustiveis renováveis,” explicou.

Critérios Sustentáveis

A Alemanha é grande produtora de diesel e depende da importação da gasolina. O país foi o primeiro a criar critérios de sustentabilidade para importação de biocombustíveis e já reconheceu que o setor sucroenergético brasileiro tem este comprometimento.

A UNICA vê grande importância para o setor sucroenergético brasileiro na visita do vice-ministro Ranier Bomba ao país, particularmente depois que o etanol brasileiro ganhou a chancela de “biocombustível avançado” no início do ano pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês).