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Alemães experiência BR com etanol para afastar ceticismo sobre E10

5 de abril de 2011

Misturar etanol na gasolina em proporções mais elevadas é uma solução plausível e comprovada para reduzir emissões e diminuir a dependência do petróleo importado – algo que não deveria ser visto com o grau de ceticismo que vem sendo observado na Alemanha após a introdução de uma mistura de 10% de etanol na gasolina, o chamado E10. A experiência duradoura e bem sucedida do Brasil, que há décadas utiliza uma mistura de 25% de etanol em toda a gasolina comercializada no país, foi o exemplo por trás dessa declaração da representante em Washington da União da Indústria  de Cana-de-Açúcar (UNICA), Leticia Phillips, durante o 7º Congresso Internacional do Fórum Ciência da Vida, realizado na cidade de Munique, na Alemanha, nos dias 23 e 24 de março.

“Por mais de 30 anos, o Brasil utiliza etanol em seus carros com muito sucesso e de uma forma bastante sustentável,” afirmou Phillips ao focar sua apresentação nas recentes inovações e descobertas envolvendo a cana-de-açúcar e seus derivados, como o etanol. Diante de uma platéia de engenheiros e cientistas na Universidade Técnica de Munique, ela detalhou os novos usos do etanol na indústria química, que já são uma realidade no mercado brasileiro, e explicou que por décadas o Brasil tem sido produtor e consumidor em larga escala de etanol, açúcar e bioeletricidade sem prejudicar o meio ambiente ou causar desmatamento.

E10 na Alemanha

A Alemanha introduziu o E10 em janeiro, mas a pouca familiaridade com a mistura de combustíveis gerou dúvidas na mídia, entre mecânicos e o público em geral. Phillips ressaltou que as informações divulgadas na Alemanha contrariam a experiência prática de décadas no Brasil, que comprova que não há risco para os veículos que já estão em circulação.

“A Alemanha e outros países só têm a ganhar com o uso do etanol, um combustível limpo e renovável que produz impactos positivos para o meio ambiente e a saúde pública. O Brasil tem utilizado percentuais elevados de etanol misturado à gasolina por três décadas e não foram detectados danos aos motores,” disse Phillips durante a conferência que reuniu mais de 1.200 participantes de 20 países.

Diretiva Européia

A introdução do E10 na Alemanha faz parte de um leque de iniciativas do país para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa no setor de transportes, e ao mesmo tempo diminuir a dependência por combustíveis fósseis, conforme estabelecido na chamada Diretiva Européia sobre Energias Renováveis (RED, na sigla em inglês). A regulamentação determina que 20% de toda a energia utilizada no continente europeu deve vir de fontes renováveis até 2020. Metade dessa cifra deve ser atingida no setor de transportes, e a expectativa é que parcela significativa seja cumprida com o uso de biocombustíveis.

O Congresso Internacional do Fórum Ciência da Vida foi organizado pela Bayern Innovative, uma corporação alemã dedicada à inovação e transferência de conhecimento, em parceria com o Ministério do Estado da Baviera para Assuntos Econômicos, Infraestrutura, Transporte e Tecnologia.