A indústria de cana-de-açúcar tem potencial para contribuir significativamente para a solução de duas grandes questões globais: as mudanças climáticas e a Rodada Doha para negociações de comércio da Organização Mundial de Comércio (OMC). Este foi o foco da declaração assinada pelos membros da Aliança Global para o Açúcar (Global Sugar Alliance – GSA), que reúne 85% dos exportadores de cana bruta do mundo, que se reuniram na quarta-feira (21/10/09), em São Paulo, para debater assuntos de relevância para o mercado internacional de cana-de-açúcar.
“A cana-de-açúcar é primordialmente uma colheita de países em desenvolvimento. Um comércio mais livre e justo de seus dois principais produtos, açúcar e etanol, pode, ao mesmo tempo, promover o desenvolvimento econômico e ajudar de forma eficaz a suprir a necessidade de combustíveis limpos e renováveis no setor de transporte”, atestou o grupo do qual participa a União da Indústria de Cana-de Açúcar (UNICA).
A mesma declaração afirma que políticas domésticas para o açúcar e o etanol têm negligenciado o meio-ambiente e os consumidores em muitos países ao restringirem o acesso do etanol, vindo de produtores ambientalmente corretos ao redor do mundo, diminuindo, assim, suas respostas às pressões das mudanças climáticas.
“Políticas de comercialização distorcidas têm sido usadas nos países mais ricos para apoiar preços domésticos altos, enquanto acordos de acesso preferencial para volumes limitados são usados para saciar os produtores dos países mais pobres. Estas políticas resultam em benefícios desiguais para pequenos, mas bem financiados, grupos domésticos de lobistas que mantêm pressões políticas de apoio a seus interesses”, destacou a Aliança, que citou como exemplo o programa de açúcar do governo dos Estados Unidos.
Sobre a GSA
A Aliança Global para o Açúcar, Reforma e Liberalização do Comércio tem membros da Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Índia, Guatemala, África do Sul e Tailândia que defendem ativamente a melhora do ambiente do comércio global de açúcar. Os participantes trabalham juntos para assegurar o tratamento justo e igual para o açúcar e o etanol junto às negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) para agricultura.