undefinedA aprovação do uso comercial de uma levedura geneticamente modificada para produção de diesel com utlilização de cana-de-açúcar é um relevante avanço para o setor sucroenergético, cujo desdobramento será potencialmente a abertura de uma nova fronteira de expansão para o setor sucroenergético brasileiro. A avaliação da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) se refere à liberação comercial da levedura, aprovada na última quinta-feira (11/02) pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).
“É um passo essencial para que diversos projetos que envolvem a produção de hidrocarbonetos a partir da cana-de-açúcar, hoje em desenvolvimento em diferentes partes do mundo, possam avançar,” comenta o consultor em tecnologia e emissões da UNICA, Alfred Szwarc. Um desses projetos é uma parceria entre a Usina Boa Vista, em Quirinopolis (GO), parte do Grupo São Martinho, e a Amyris, empresa com sede na California que vem pesquisando a produção de diesel, querosene de aviação e gasolina a partir da cana.
A levedura agora liberada pelo CTNBio é um fungo, amplamente utilizado na produção de vinhos, cachaça e fermento de pão. A espécie aprovada teve seu DNA modificado, o que a torna agora capaz de produzir um precursor do diesel, o farneseno.
“O diesel produzido dessa forma não tem enxofre, produz quantidade menor de material particulado e é renovável. Tudo isso reduz o impacto para o aquecimento global”, explicou Luciana di Ciero, gerente de assuntos regulatórios e relações institucionais da Amyris, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. A Amyris mantém parcerias com empresas como GE, Embraer, a empresa aérea Azul e a Força Aérea dos Estados Unidos, todas voltadas para a pesquisa e o desenvolvimento de combustíveis produzidos a partir da cana-de-açúcar.