Brasil e Colômbia caminham para estreitar seus laços comerciais. Os entendimentos, envolvendo inclusive iniciativas no setor sucroalcooleiro, ganharam peso durante a visita oficial do presidente Luís Inácio Lula da Silva ao país vizinho, na semana do dia 19 de julho. A UNICA representou as empresas brasileiras do setor durante o evento que ocorreu paralelamente à agenda oficial do presidente, o “Seminário Brasil-Colômbia – Novas Fronteiras de Negócios”, que contou com a participação de mais de 340 empresários de ambos os países.
Tendo os biocombustíveis na agenda de seu presidente Álvaro Uribe, a Colômbia já está utilizando a mistura E10 (10% de etanol em 90% de gasolina) em praticamente 70% do território nacional. A meta é chegar a 2012 com 100% da frota do país adaptada ao E20 (20% de etanol). De acordo com Carolina Costa, relações públicas da UNICA e que foi palestrante no evento (clique aqui para ver a palestra), os colombianos enxergam o Brasil como um parceiro para a produção de etanol.
“O Brasil nos ensinou a produzir o etanol”, disse o presidente Uribe. “Seguindo o exemplo do Brasil, a Colômbia hoje tem uma indústria sucroalcooleira. E este é um setor-chave para o desenvolvimento social e rural”, argumentou o presidente colombiano. A tecnologia brasileira para a produção de etanol é um dos pontos em que pode haver negócios entre as empresas dos dois países.
Em seu discurso, o presidente Lula afirmou que o mundo está sofrendo com a alta do petróleo, mas que há alternativas. “Países como Colômbia e Brasil podem enfrentar este desafio em função do consumo e produção eficiente de etanol”, disse o presidente brasileiro. “O Brasil quer colaborar e cooperar com a Colômbia no setor de biocombustíveis, além de mostrar ao mundo as vantagens sociais, econômicas e ambientais do etanol de cana”. Lula ressaltou ainda que o dilema entre “energia e alimento” é falso e que os países desenvolvidos devem uma explicação sobre o porquê da alta do preço do petróleo.
Já o presidente colombiano reconheceu o apoio brasileiro na área de biocombustíveis e enfatizou que a produção de etanol não interfere na produção alimentar tanto na Colômbia como no Brasil. Uribe propôs a criação de um documento conjunto das boas práticas nos setores sucroalcooleiro brasileiro e colombiano. “O fomento da indústria de biocombustíveis na Colômbia significa desenvolvimento social”, disse Uribe. “O governo da Colômbia trabalha para que no futuro toda a frota de veículos leves do país seja com tecnologia flex-fuel”.