O presidente da Renewable Fuels Association (RFA, Associação dos Combustíveis Renováveis dos Estados Unidos), Bob Dinneen, que representa os produtores de etanol de milho do país, disse que defende que o governo americano ofereça o mesmo desconto de imposto bem como tarifa de importação como para o que for importado.
Dinneen fez a declaração nesta quarta-feira (27/02/2008) para cerca de mil pessoas, durante a décima-terceira edição da conferência nacional de etanol promovida pela RFA, em Orlando (Flórida), da qual participou o representante-chefe do escritório da UNICA nos Estados Unidos, Joel Velasco, que mostrou as vantagens que o etanol de cana-de-açúcar, especialmente em produtividade e potencial de expansão sustentável. Esta foi a primeira vez que a UNICA foi convidada para participar como palestrante em uma reunião da RFA.
Atualmente, o governo americano dá um crédito para o fornecedor de etanol adicionado à gasolina. O valor atual é de 51 centavos de dólar por galão (3,78 litros), que o produtor pode acumular e descontar dos impostos devidos. Uma das propostas da liderança do Senado para a nova lei de agricultura americana (?Farm Bill?) reduziria o valor para 46 centavos de dólar por galão.
Indagado por Velasco se os produtores de etanol de milho apoiariam reduzir também a tarifa de importação (hoje de 54 centavos por galão) ao mesmo tempo em que o credito tributário fosse reduzido, Dinneen disse que sim, insistindo que a RFA defende um tratamento isonômico para o etanol importado.
Ele disse que a RFA é contra acabar com a tarifa de importação que, diz ele, serve para compensar o credito para o fornecedor nos EUA, mas apóia redução similar de ambos os valores.
UNICA no evento
Velasco, da UNICA, participou do painel “The International Biofuels Market” (“O mercado internacional de biocombustíveis”), com enfoque na globalização do setor de biocombustíveis, incluindo a produção, comércio e uso globais. O painel teve como moderador Bob Dinneen.
O representante brasileiro falou sobre o sucesso do Brasil na produção e uso de etanol como combustível veicular, o que fez Dinneen dizer que o Brasil causa inveja nos Estados Unidos por este motivo. Velasco apresentou ainda números sobre a produção do setor e combateu mitos sobre a destruição da Amazônia.
Também participaram do painel Gordon Quaiattini, presidente da Canadian Renewable Fuels Association (Associação dos Combustíveis Renováveis do Canadá) e Robert Vierhout, secretário-geral da eBIO, que é a associação dos produtores de etanol da União Européia. Outras companhias brasileiras estavam presentes na reunião da RFA, entre elas ETH Oderbrecht, Brenco, SCA Ethanol e COIMEX.
A UNICA participa do evento dentro do escopo do projeto Apex-Brasil/UNICA, iniciado em janeiro deste ano, parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O objetivo do projeto Apex-Brasil/UNICA é promover a imagem do etanol brasileiro de cana-de-açúcar como energia limpa e renovável ao redor do mundo. As duas entidades assinaram convênio que prevê investimentos compartilhados no valor de R$ 16,5 milhões até o final de 2009.