Graças à ação solidária promovida por seis empresas sucroenergéticas integrantes do Projeto Energia do Bem, o Hospital de Câncer de Barretos (HCB) terá 35% de suas necessidades anuais por energia elétrica atendidas sem nenhum custo. Em solenidade realizada na sexta-feira (29/09), as empresas São José da Estiva, Ipiranga, Pitangueiras, Viralcool – associadas da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) – e a Jalles Machado, receberam certificados de “Usina Amiga” pela doação de energia ao hospital que atende 3,5 mil pessoas diariamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Para o diretor do HCB em Barretos, Henrique Prata, “o Projeto Energia do Bem é mais um exemplo de solidariedade que pode surgir desde que haja criatividade, força de vontade e compromisso com o próximo.” Segundo o executivo, a instituição, que em 2000 foi escolhida pelo Ministério da Saúde como o melhor hospital público do País, gasta anualmente mais de R$ 4 milhões com energia elétrica. Com as doações pelas usinas, o custo com eletricidade cairá para aproximadamente R$ 1,4 milhão.
O Projeto Energia do Bem foi idealizado este ano pela empresa comercializadora Comerc, responsável pela migração do hospital para o mercado livre de compra de energia elétrica, conhecido como Ambiente de Contratação Livre (ACL), que permite negociar a compra da eletricidade por um preço mais baixo. Na expectativa do presidente da Comerc, Cristopher Vlavianos, “a esperança é que o volume de doação de energia aumente com a adesão de outras usinas à iniciativa.”
Além do caráter social, outro aspecto relevante do Projeto é que a energia doada terá de ser produzida exclusivamente de fontes limpas, como foi o caso dos 2.313 Megawatts médios (MW/m) doados pelas usinas ao HCB. “Isto é um fator importante, alinhado com a responsabilidade ambiental do Hospital”, explica Vlavianos.
Energia premium
Em 2011, a produção e utilização da bioeletricidade foi responsável por uma redução de quase três milhões de toneladas em emissões de dióxido de carbono (CO2) no Brasil. “Sem a participação desta fonte, a matriz elétrica brasileira teria um acréscimo de 10% em seu nível de emissões verificadas em 2011,” aponta Zilmar de Souza, gerente de Bioeletricidade da UNICA.
Ele ressalta que a produção de energia elétrica renovável tem uma importante contribuição na geração de empregos no País, pois cria 15 vezes mais postos de trabalho que o setor de carvão mineral, 22 vezes mais que a fonte gás natural e 72 vezes mais que a energia nuclear. “Trata-se de uma energia premium do ponto de vista ambiental, social e econômico, mas que ainda busca esse reconhecimento em termos de uma política pública de longo prazo,” avalia Souza.