undefinedO Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) produziu recentemente dois vídeos, “Etanol com Sentido” e “Costa Rica aposta no Etanol”, que colocam em evidência os modernos processos agrícolas e industriais da produção de etanol a partir da cana-de-açúcar. Ambos discutem a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento econômico e social do Brasil e Costa Rica.
No vídeo “Etanol com Sentido” destaca-se o pioneirismo e a sustentabilidade da indústria brasileira de biocombustíveis tendo como modelo a usina de Ituiutaba (MG), ligada à Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool (CNAA), umas das 119 associadas da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).
Já no “Costa Rica aposta no Etanol”, o BID demonstra como a bem sucedida experiência brasileira inspira outros países a desenvolver programas de energias renováveis a partir de uma fonte renovável, que é o caso da cana.
Desde 2006 a Costa Rica utiliza mistura 7% de etanol à gasolina (E7) como alternativa para reduzir a dependência do petróleo e a emissão de CO2, principal causador do aquecimento global. No documentário autoridades costarriquenses informam que o combustível misturado é distribuído em 64 postos de abastecimento em todo o país.
Exemplo brasileiro
No vídeo “Etanol com Sentido” o BID revela como a produção de biocombustíveis pode ser sustentável sem competir com a de alimentos. Além disso, a mecanização da colheita, estabelecida no Protocolo Agroambiental do Setor Sucroalcooleiro, criado em 2007, é um exemplo citado como avanço no setor. A medida elimina as emissões de poluição local ocasionadas pela queima da planta, procedimento utilizado no corte manual da cana. O Protocolo, firmado inicialmente em São Paulo e que já recebeu a adesão de Minas Gerais, fixa um compromisso entre os produtores e os governos estaduais para a eliminação completa da utilização do fogo em canaviais até 2014.
A reutilização da água na produção de cana também foi apontada pelo BID como um exemplo de gestão positiva dos recursos naturais.
Bioeletricidade
A autosuficiência energética em usinas de cana, especialmente na região Centro-Sul, foi outro fator de destaque no vídeo sobre a experiência brasileira com etanol. Atualmente os empreendimentos geram energia elétrica por meio da queima de bagaço da cana, resíduo resultante da fabricação de etanol e açúcar.
Para o assessor de bioeletricidade da UNICA, Zilmar José de Souza, a reserva potencial de eletricidade renovável ainda adormecida nos canaviais brasileiros é imensa. “Se conseguíssemos aproveitar plenamente toda a biomassa de cana disponível seria possível exportar para a rede elétrica um volume de energia da ordem de 10.000 Megawatts (MW) médios por ano até a safra 2017-18, o que equivale a uma usina do porte de Itaipu”.