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Biocombustível é melhor alternativa para aviação diz Boeing

29 de junho de 2010

Há alguns anos o uso dos biocombustíveis na aviação parecia estar longe de se tornar realidade. No entanto, empresas como a Boeing tem apoiado o desenvolvimento e a produção de combustíveis alternativos para a aviação civil. “No começo nos preocupamos se os biocombustíveis atenderiam às exigências de um combustível para a aviação, mas isso foi resolvido. Os biocombustíveis não são apenas tão bons quanto os produzidos a partir de petróleo, são melhores,” disse Darrin Morgan, diretor de estratégias de biocombustíveis da Boeing, em  entrevista à colunista Michelle Dunlop do jornal Herald, da cidade de Everett, no estado de Washington (EUA), publicada nesta quarta-feira (23/06).

O setor de aviação começou a se interessar pelo uso dos biocombustíveis devido principalmente à necessidade de reduzir emissões de carbono. A Boeing e diversas empresas aéreas se uniram para acelerar as pesquisas nesta área. Entre as que já fizeram vôos-teste com biocombustíveis estão a Virgin Atlantic, KLM, JAL, Air New Zealand e a Lufthansa.

“Alguns fatores ajudaram a levar as pesquisas de biocombustíveis a um nível superior, incluindo os altos preços e a disponibilidade dos combustíveis derivados de petróleo, além da preocupação com as mudanças climáticas ligadas às emissões de CO2,” afirmou Darrin Morgan.

Nos vôos-teste, as empresas aéreas tem utilizado matérias-primas como algas, camelina (planta que produz óleo) e a flor jatropha para produzir biocombustíveis. Essas fontes não competem com produtos alimentícios que também são utilizados na produção de biocombustíveis de primeira geração, como o milho. No entanto, segundo Morgan, o setor não dependerá somente de um tipo de biocombustível.

O consultor de tecnologia e emissões da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, lembra que etapas importantes da busca por biocombustíveis para a aviação estão perto de acontecer. “Além dos biocombustíveis que vem sendo testados, esperamos ver em breve testes com um outro tipo de biocombustível para aviação, que é o querosene de aviação produzido a partir da cana-de-açúcar. A tecnologia que gera o querosene a partir da cana é altamente inovadora, está em estágio avançado, e o combustível tem potencial para apresentar um desempenho ambiental superior ao de outros biocombustíveis testados em aviões até aqui.”

Aliança no Brasil

No Brasil, um novo grupo foi criado em maio deste ano para promover o desenvolvimento e certificação de biocombustíveis sustentáveis para uso na aviação, a Aliança Brasileira para Biocombustíveis de Aviação (Abraba). Com a participação da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), o objetivo da Aliança é acelerar a busca por opções renováveis que substituam com igual ou maior eficiência os combustíveis derivados de petróleo.

Participam da Abraba as seguintes entidades e empresas: Algae Biotecnologia, Amyris Brasil, Associação Brasileira dos Produtores de Pinhão Manso (ABPPM), Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), Azul Linhas Aéreas, Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A., GOL Linhas Aéreas Inteligentes, TAM Linhas Aéreas, TRIP Linhas Aéreas e a UNICA.