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Biocombustível produzido a partir do uísque poderá servir

1 de outubro de 2010

Um tipo de biocombustível feito à base de resíduos da produção do uísque poderá servir como alternativa para garantir o abastecimento de combustíveis em algumas regiões da Escócia, embora ainda haja dúvidas quanto à sua viabilidade econômica no mercado global. Esta é a opinião de Alfred Szwarc, consultor de emissões e tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), diante da produção de biobutanol a partir de uísque anunciada em agosto deste ano por cientistas escoceses da Universidade de Napier, em Edimburgo.

Para o especialista da UNICA, “por se tratar de um combustível obtido a partir da refinação de grãos como a cevada, por exemplo, o novo produto tem uma característica importante, que é o impacto ambiental positivo, sem a emissão de gás carbônico (C02) gerada por fontes fósseis.”

Em entrevista à agência espanhola de notícias EFE, Martin Tangney, diretor do centro de pesquisas sobre biocombustíveis da Universidade Napier, afirma que além de ser uma opção mais compatível com a defesa do meio ambiente, o biobutanol aproveita resíduos de uma bebida alcoólica, produto de “uma das maiores indústrias escocesas”.

Segundo os cientistas envolvidos no projeto, a vantagem competitiva desse tipo de biocombustível em relação à gasolina e ao diesel é que os motores dos automóveis não precisam sofrer alterações para utilizarem o biobutanol. Os pesquisadores escoceses também informaram que o novo combustível também pode ser utilizado na fabricação de outros produtos bioquímicos, entre eles a acetona.

Cenário

Na Escócia, em termos de volume, a mistura de etanol à gasolina é de 3,35%, e obedece a mesma legislação (Renewable Transport Fuel Order – RTFO) aplicada nos outros países do Reino Unido. Entretanto, segundo o representante chefe da UNICA na União Européia, Emmanuel Desplechin, “esse valor deverá mudar com a implementação da Diretiva Européia, que determina a substituição até o final de 2010 de 10% dos combustíveis fósseis utilizados nos transportes por renováveis.”

Mais da metade do etanol (67%) usado no Reino Unido vem do Brasil. “O restante é produzido pelos britânicos, franceses e em outros países europeus, que utilizam principalmente a beterraba e trigo como matérias primas,” explica o executivo da UNICA.