Passados 25 anos do início da geração em usinas brasileiras de bioeletricidade produzida com bagaço de cana-de-açúcar para a grade nacional de distribuição, ainda há muito trabalho a ser feito para aproveitar todo o potencial desta energia limpa e renovável, avalia o diretor técnico e presidente interino da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues. Na sexta-feira (25/05), ele participa ao lado de diversas autoridades e convidados especiais do evento “25 anos de Bioeletricidade no Brasil,” com início às 10h na usina São Francisco, em Sertãozinho (SP).
“Hoje temos potencial para atingir 134 milhões de MWh/ano, ou 15.300 MW médios até 2020. Feitas as contas, isto equivale a mais de três vezes o que a usina de Belo Monte será capaz de produzir,” afirma o executivo. Ele lembra que este potencial ainda adormecido só será viabilizado com um esforço conjunto envolvendo empresários e setor público.
“A história da Bioeletricidade tem que ser lembrada com quem de fato se empenhou para que ela se tornasse realidade, como forma de estímulo para que a importância dessa forma de gerar eletricidade seja devidamente reconhecida,” explica o diretor de Comunicação Corporativa da UNICA, Adhemar Altieri, ao comentar a realização do evento.
Histórico e potencial energético
Em 1987, a Usina São Francisco, do Grupo Balbo e associada à UNICA, foi a primeira a exportar energia elétrica obtida de uma fonte 100% renovável para a CPFL Energia, empresa distribuidora de energia. Em seguida, a usina São Martinho, de Pradópolis (SP), e a Vale do Rosário, em Morro Agudo (SP), hoje ligada ao Grupo LDC-SEV, também iniciaram seus projetos de geração de bioeletricidade, na época financiados com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para aquisição de máquinas e equipamentos utilizados pelas usinas.
No evento marcado para sexta-feira, além das três usinas que iniciaram a produção de bioeletricidade em 1987, três pioneiros foram selecionados para homenagens pessoais pelo esforço e envolvimento de cada um na época. São eles o presidente da usina São Francisco, Jairo Menesis Balbo, o então presidente da usina Vale do Rosário, Cícero Junqueira Franco, e o então diretor industrial da usina São Martinho, Agenor Pavan, que será objeto de homenagem póstuma.