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Brasil constroi motor de foguete movido a etanol e oxigênio líquido

18 de abril de 2011

A fabricação de um motor de foguete movido a etanol e oxigênio liquido poderá colocar o Brasil no rol dos países que contribuem para a sustentabilidade e a inovação tecnológica no setor aeroespacial. Esta é a avaliação do consultor de emissões e tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, sobre o projeto que vem sendo desenvolvido pela empresa Orbital em parceria com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), na cidade de São José dos Campos (SP).

“Trata-se de uma iniciativa que poderá representar um avanço importante para o programa espacial brasileiro, além de comprovar a viabilidade do uso de um combustível renovável em um segmento de uso civil e militar,” ressalta Szwarc.

Segundo Célio Vaz, diretor de engenharia da Orbital, o desenvolvimento de um motor movido a propelente líquido, especificamente o etanol e o oxigênio líquido, “proporcionará um vôo mais controlado dos foguetes nacionais, uma condição determinante, por exemplo, para se colocar um satélite em órbita com precisão.”

O projeto, que está em fase de construção do Sistema de Alimentação do Motor Foguete (SAMF), no centro de pesquisas do IAE, deverá ser totalmente concluído em 2013. No momento, partes do motor ainda estão sendo testadas. “Se todos os ensaios corresponderem a nossas expectativas, a previsão é de que o motor esteja concluído até julho deste ano,” destaca Célio Vaz.

Teste em vôo

Após o desenvolvimento do motor, serão iniciadas pesquisas em relação à propulsão, que culminarão no lançamento ao espaço de um pequeno veículo de sondagem, que ainda será projetado pelos técnicos da Orbital e do IAE. O S15, como provavelmente será chamado, terá a missão de testar o funcionamento do motor foguete em condições de vácuo.

Para o Coronel Santana Junior, coordenador do projeto no IAE, a experiência “será necessária para se verificar qual será o real comportamento do equipamento quando submetido às condições espaciais.” O lançamento seria desnecessário caso houvesse a possibilidade de se usar um “banco de vácuo,” mecanismo que simula o ambiente fora do planeta Terra. Mas, segundo Santana, por se tratar de uma tecnologia muito cara, a única maneira de observar o desempenho do motor será fazendo ensaios em voo.

Orçado em aproximadamente R$ 2 milhões, o projeto foi viabilizado por meio de recursos públicos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), um programa controlado pela Agência Brasileira de Inovações. Sua missão é promover a pesquisa tecnológica em empresas, universidades, centros de pesquisa e entidades.