A conjuntura econômica mundial e as perspectivas para o etanol dominaram os debates durante a Conferência Nacional de Etanol (National Ethanol Conference), realizada de 23 a 25 de fevereiro na cidade de San Antonio, no estado do Texas (EUA). De acordo com o representante-chefe da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) na América do Norte, Joel Velasco, além do Brasil, países como Estados Unidos e Canadá e a Europa também apresentaram uma visão otimista para o futuro do setor.
“O ano de 2008 foi de crescimento recorde para as exportações brasileiras”, afirmou Velasco. Em 2007 o País exportou 3,5 bilhões de litros contra 5,1 bilhões de litros em 2008, um aumento de 45%, liderando as exportações de etanol. Quanto ao açúcar, o Brasil também é o maior exportador mundial, com 19,4 milhões de toneladas em 2007 e 19,5 milhões em 2008.
“Os canadenses fizeram uma boa exposição da expansão do seu mercado de etanol. De acordo com informações apresentadas, eles já conseguiram alcançar a meta de produzir 1 bilhão de litros de etanol por ano”, afirmou Velasco. Em maio de 2008, o Canadá aprovou uma lei que determinava que 5% de etanol sejam misturados à gasolina até 2010 e 2% de biodiesel ao diesel fóssil até 2012.
A indústria de etanol americana continua forte, apesar das mudanças ocasionadas pela crise econômica, afirmou Bob Dinneen, presidente e CEO da Associação de Combustíveis Renováveis (Renewable Fuels Association), durante o evento: “Alguns olham para o que estamos enfrentando e vêem uma indústria em crise. Quando eu olho, vejo uma indústria com perseverança e determinação para o sucesso.”
As perspectivas para o mercado europeu também são promissoras, comentou o secretário-geral da Associação Européia de Bioetanol (European Bioethanol Fuel Association), Robert Vierhout. Isso, graças à recente adoção pela União Européia da meta de 10% de renováveis na matriz de transportes da União Européia até 2020.
Velasco participou dentro do painel “Perspectivas internacionais sobre o futuro do etanol”, onde foi apresentado um panorama para o aumento da produção de etanol e seu uso mundialmente. Participaram do mesmo painel o presidente da Associação Canadense de Combustíveis Renováveis (Canadian Renewable Fuel Association), Gordon Quaiattini e Robert Vierhout, com Bob Dinneen como moderador.
A participação da UNICA aconteceu dentro do escopo do projeto Apex-Brasil/UNICA, iniciado em janeiro de 2008. A parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, tem como objetivo promover a imagem do etanol brasileiro de cana-de-açúcar como energia limpa e renovável ao redor do mundo.
