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Brasil pode ser exemplo mundial de matriz energética limpa

16 de junho de 2009

O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Marcos Sawaya Jank, afirmou que o Brasil pode servir de exemplo para o mundo em matriz energética limpa. “As energias renováveis representam 12,9% da matriz energética mundial e 6,7% nos países membros da OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Já o Brasil conta hoje com uma das matrizes mais limpas do planeta, com 46% de energias renováveis, podendo se tornar ainda mais limpa.”

Durante sua apresentação, nesta quarta-feira (17/06/09), na Conferência Internacional do Instituto Ethos, em São Paulo, Jank disse ainda que o Brasil é o único país do mundo que mistura 25% de etanol na gasolina e possui uma ampla frota de veículos flex, que já representa 90% dos veículos novos comercializados atualmente. “Desde 2003, o uso do etanol em veículos flex reduziu emissões em 45 milhões de toneladas de CO2 (gás carbônico)”.

No painel “O agronegócio, as mudanças climáticas e o aquecimento global: o que propor para Copenhague”, Jank afirmou que no debate sobre o clima não pode haver radicalismo nas posições defendidas e, sim, uma discussão que chegue a consenso. “A produção de etanol não é a única solução, mas é uma alternativa real e importante para promoção da segurança energética e mitigação dos efeitos do aquecimento global. O Brasil dispõe de experiência de três décadas e já substitui 50% do consumo nacional de gasolina, utilizando somente 1% das terras aráveis”.

O papel da UNICA acompanhando e subsidiando discussões sobre mudanças climáticas, na participação de fóruns ambientais nacionais e internacionais também foi abordado por Jank. A entidade participará, no fim de junho, da conferência anual sobre as políticas de meio ambiente da União Européia (UE), a Green Week, além da 15ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 15), em dezembro.

Para o presidente da UNICA, a produção sustentável de etanol representa uma oportunidade positiva para mais de 100 nações em desenvolvimento que podem cultivar cana-de-açúcar. “Isso seria uma forma de democratizar a energia no mundo, promover o desenvolvimento de novas tecnologias, de gerar empregos em zonas rurais, uma oportunidade de exportação, diversificação da renda dos produtores, além da possibilidade de geração e venda de créditos de carbono” (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL).

No mesmo painel de Jank participaram também o diretor da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ), Luiz Pinguelli Rosa, o presidente da empresa de Desenvolvimento Agrícola do Paraguai (DAP), Pascual Rubiani e como moderador o diretor da OSCIP Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, Roberto Smeraldi.

A Conferência Internacional Ethos 2009, que aconteceu de 15 a 18 de junho, foi um evento promovido pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e realizado pelo UniEthos – Educação para a Responsabilidade Social e o Desenvolvimento Sustentável, em parceria com o Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, do Movimento Nossa São Paulo, da Rede Brasileira do Pacto Global e da São Paulo Turismo.