Na véspera da retomada da negociação agrícola da Rodada de Doha, negociadores brasileiros se reuniram com representantes americanos em Genebra e deixaram claro que exigirão uma cota maior para exportações agrícolas para fazerem um acordo global sobre comércio internacional. No entanto, os Estados Unidos não deram sinais que aceitarão corte maior de subsídios, além de se mostrarem menos ambiciosos sobre uma parte de acesso aos mercados envolvendo a designação dos produtos “sensíveis”.
Em Potsdam, o Brasil já havia acusado os Estados Unidos e a União Europeia de terem feito acordos para acomodar seus respectivos interesses defensivos. Dessa maneira, os americanos aceitariam percentual maior de produtos sensíveis e compensação menor, enquanto os europeus admitiriam corte menor de subsídios americanos. O mediador da negociação agrícola, Crawford Falconer, propôs em julho que os países desenvolvidos possam designar entre 4% e 6% de suas linhas tarifárias agrícolas como “sensíveis” – e compensar com cotas globais também entre 4% e 6% do consumo doméstico para a commodity protegida.