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Brasil levará quase 120 anos aproveitar potencial bioeletricidade

12 de novembro de 2018

Para a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), o potencial de produção de energia elétrica pela biomassa em geral (bagaço da cana, resíduos de madeira, biogás etc.) para a rede está subestimado conforme o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE). Segundo o documento, que é divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e que está em consulta pública pelo Ministério de Minas e Energia (MME) até o dia 27 de novembro, a oferta de bioeletricidade para a rede, partindo de 25 TWh produzidos em 2017, chegará a 38 TWh em 2027. Neste mesmo período, o setor sucroenergético deverá gerar para a rede 32 TWh em 2027, um crescimento de pouco mais do que 1 TWh ao ano sobre os 21 TWh entregues à rede no ano passado.

“Neste ritmo, levaremos quase 120 anos para aproveitar o potencial atual da eletricidade obtida da biomassa canavieira, sem considerar o crescimento natural da capacidade de produção ao longo do tempo, isso apenas pensando no que está atualmente disponível nos canaviais”, comenta Zilmar de Souza, gerente em Bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).

Em 2017, a biomassa sucroenergética representou quase 5% do consumo total de energia elétrica. “Contudo, se houvesse o seu pleno aproveitamento, poderíamos ofertar quase sete vezes mais do que o registrado ano passado (21TWh), o que corresponderia a mais de 30% do consumo nacional”, observa o executivo da UNICA.

Zilmar apresentou este e outros dados durante o CAMPETRO Energy 2018, um dos maiores eventos nacionais do setor de Energia, Petróleo e Gás Natural, que aconteceu no espaço Expo Dom Pedro, em Campinas (SP), no início de novembro (7/11).

No painel “O futuro das energias renováveis”, o especialista ressaltou a relevância do PDE, que por ser redigido inicialmente com a visão do Governo Federal, acaba tornando-se muito importante para influenciar decisões de investidores no segmento elétrico. O documento estará em consulta pública no site do Ministério de Minas e Energias (MME) até o dia 27 de novembro.

“É necessário que sejamos mais ousados no aproveitamento das fontes renováveis, até por conta da importância estratégica que elas terão para o sucesso do Renovabio, uma política de Estado fundamental para segurança energética, o estímulo ao etanol e a redução das emissões de gases de efeito estufa. Etanol e bioeletricidade são produtos coirmãos e sinérgicos no portfólio das usinas, só há vantagens”, avalia o executivo da UNICA.

A sessão de debates realizada no Campetro foi coordenada por Newton Duarte, presidente-executivo da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (COGEN), e teve a participação de especialistas em mobilidade, armazenamento e produção de energias eólica e solar. Antonio Celso de Abreu Junior, subsecretário de Energias renováveis da Secretaria de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, encerrou o painel.

Para saber mais sobre a bioeletricidade da cana, acesse aqui a apresentação feita pelo executivo da UNICA na CAMPETRO Energy 2018.