A Better Sugarcane Initiative (BSI), fórum de diálogo internacional entre produtores, traders, ONGs e investidores empenhados na produção sustentável de açúcar e etanol, sediada em Londres, realizou sua assembléia geral anual, em meados do mês de novembro de 2008, na sede de uma de suas mais novas integrantes, a brasileira União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), cuja sede fica em São Paulo.
A reunião atraiu representantes de membros como Bacardi, Cargill, Coca-Cola, Shell, o grupo indiano de açúcar EID Parry e a ONG internacional WWF, entre outros que se reuniram para eleger o novo chairman (Daudi Lelijveld, da Cargill) e vice-chair (Farideh Bromfield, da ED & F Man), além de discutir os princípios e critérios dos futuros padrões para a cana e seus produtos derivados. Eles assumem os postos ocupados previamente por Hari Morar, da Tate & Lyle, e do próprio Lelijveld, que foi vice-chairman antes de assumir o posto atual.
O anfitrião do encontro, o presidente da UNICA, Marcos Jank, fez uma apresentação para dar uma visão geral do setor sucroenergético brasileiro, com ênfase nas iniciativas de sustentabilidade. Ainda na abertura do evento, o diretor-gerente de Finanças Internacionais da WWF-EUA, Mark Eckstein, mencionou os novos sistemas de certificação que privilegiam a avaliação métrica do setor, em vez de avaliar processos, como anteriormente.
Os cerca de 20 representantes das entidades que integram o BSI aproveitaram a estadia no Brasil para visitar uma usina sucroenergética local. O grupo foi ao município de São Manuel (SP) para conhecer a usina São Manoel, desde a área agrícola até a estrutura industrial. Na visita, os participantes receberam o relatório de sustentabilidade da usina, feito com base nas diretrizes do Global Reporting Initiative (GRI), e o código de conduta da empresa.
De acordo com a assessora internacional da UNICA, Géraldine Kutas, “a sustentabilidade e as melhores práticas do setor ajudam na certificação mundial para a produção de cana e de seus produtos derivados”, um dos enfoques da assembléia do BSI.
“O BSI vai ser a primeira certificação mundial para cana de açúcar e deverá ter uma repercussão muito grande, porque é muito inovadora, já que está baseada no princípio de que tudo pode ser medido. Além disso, é bem-orientada em relação às necessidades de mercado, o que deve incentivar mais produtores a se juntar a esta iniciativa”, acrescentou Kutas.
Mais sobre o BSI
O BSI busca estabelecer princípios e critérios socioambientais que sejam aplicados nas regiões de cultivo da cana em todo o mundo. O propósito da entidade é desenvolver uma certificação mundial para a produção sustentável da cana-de-açúcar e seus produtos.
Para a UNICA, que integra o comitê diretor do BSI, a iniciativa é a melhor plataforma para troca e disseminação de informações sobre as melhores práticas de gerenciamento do setor. O intercâmbio de experiências é visto como algo que pode beneficiar fortemente o aperfeiçoamento das práticas brasileiras. Assim, junto com os esforços que já têm sido promovidos pela UNICA, a adesão à BSI favorece a conquista de padrões mais elevados de excelência, muito acima do que é determinado pela legislação.
Entre os membros da BSI estão organizações não-governamentais como a WWF, Ethical Sugar and Solidaridad e companhias como Cargill, British Sugar, Bacardi-Martini, Cadbury Schweppes, Shell, British Petroleum e Coca-Cola.
Para ver os arquivos com as apresentações, clique abaixo:
Marcos Jank – presidente da UNICA
Mark Eckstein – diretor-gerente de Finanças Internacionais da WWF-EUA