undefinedA recente decisão do Ministério das Minas e Energia (MME), de cancelar o leilão de energia nova A-5, aponta para uma situação na qual o País deveria considerar também nos planejamentos dos leilões a chamada geração distribuída, de menor porte, em vez do foco central em grandes projetos. Esta é a posição defendida pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), particularmente em um momento em que se fala em expansão dos níveis de consumo e investimento com a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas de 2016, revela o presidente da entidade, Marcos Jank.
”A ausência de uma política específica para o setor tem contribuído para um desempenho tímido da bioeletricidade nos leilões regulados. Entre essas iniciativas está justamente a maior regularidade nos leilões específicos para a bioeletricidade, com atenção aos projetos de modernização das instalações térmicas (retrofit) em usinas mais antigas, que em sua maioria representam uma oportunidade singular para o estado de São Paulo”, avalia Jank.
Na quarta-feira (09/12), o MME publicou uma portaria na qual informava o cancelamento do leilão de Energia Nova A-5, que estava programado para 21 de dezembro. Segundo o Ministério, a razão para tanto seria a não obtenção em prazo hábil do licenciamento ambiental do projeto, e também porque a demanda para o mercado de distribuidoras seria pouco representativa.
Para o Assessor em Bioeletricidade da UNICA, Zilmar de Souza, é preciso uma política setorial para os projetos de menor porte, próximos aos grandes mercados consumidores. “O momento é ideal para se planejar leilões específicos para fontes de menor escala e com melhor apelo ambiental, diminuindo a dependência de grandes obras e mitigando o efeito da entrada de térmicas mais poluentes”, afirma Souza. “Nesse sentido, a bioeletricidade apresenta qualidades significativas, pois sendo geração distribuída contribui para o reforço do Sistema Interligado Nacional e apresenta balanço ambiental favorável, principalmente em termos de emissões evitadas”, enfatiza.
O presidente da UNICA vai mais longe: “Quando se avalia o potencial da bioeletricidade no estado de São Paulo, pode-se alcançar 4.753 MW médios, ou seja, mais do que o total produzido por todas as usinas que compõem a Companhia Energética de São Paulo (Cesp), a maior empresa de produção de energia elétrica do estado. Tudo isso no coração do sistema elétrico, São Paulo.”