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COP-15: UNICA defende inclusão da agricultura no acordo

14 de dezembro de 2009

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) defendeu posição de que a agricultura deve ter um tratamento diferenciado no novo acordo climático, que deve sair da 15ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 15), em Copenhagen, Dinamarca. A proposta da entidade foi exposta na última sexta-feira (11/12), durante o evento do International Centre for Trade and Sustainable Development (ICTSD) e International Food and Agricultural Trade Policy Council (IPCC).

“É interessante notar que a única parte do atual texto de negociação (do novo acordo climático), que aborda especificamente agricultura, encontra-se no mesmo capítulo que trata de emissões no transporte aéreo e marítimo. Os desafios nesses temas são completamente diferentes”,  afirmou o  assessor de meio ambiente da UNICA, Luiz Fernando do Amaral, que participou do debate.

O encontro serviu para avaliar a correlação entre agricultura, comércio, mudanças climáticas e desenvolvimento, e contou com a presença de cerca de 30 especialistas das principais instituições ligadas ao tema,  entre elas a de  Ricardo Meléndez-Ortiz, executivo-chefe do ICTSD, e  Daniel Martino, coordenador do capítulo agrícola para o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

Protocolo Kyoto

Para a UNICA, a agricultura não foi tratada com profundidade no Protocolo de Kyoto, especialmente no caso dos países em desenvolvimento.  O assessor da entidade lembra que não há nenhum projeto focado exclusivamente na produção agrícola que tenha gerado créditos de carbono no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). “Praticamente não existem metodologias para gerar créditos de carbono na agricultura. Além disso, desenvolver e implementar essas metodologias é algo muito complexo para um agricultor comum”, afirmou.

Para Daniel Martino, do IPCC,  “mais importante do que um monitoramento minucioso das reduções alcançadas seria  incentivar boas práticas”.

“Qualquer mecanismo de incentivo, na agricultura em especial, precisa promover um ganho de escala  no nível global de reduções, mesmo que isso signifique menos precisão nas mensurações. Obviamente, desde que se adote números conservadores para quantificar as reduções esperadas”, conclui Amaral.

A participação da UNICA na COP-15 acontece dentro do escopo do projeto Apex-Brasil/UNICA, iniciado em janeiro de 2008. Trata-se de uma parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), para promover a imagem do etanol brasileiro de cana-de-açúcar como energia limpa e renovável ao redor do mundo. A UNICA estará presente no Pavilhão Brasileiro (Hall C7, Bella Center). A agenda detalhada da participação da UNICA na COP-15 está na página especial criada para o evento.