O governo da Coréia do Sul está empenhado para aumentar fortemente a parcela da bioenergia em sua matriz energética. Foi o que afirmou o embaixador da República da Coréia, Kyonglim Choi, que liderou um grupo de 16 autoridades coreanas – integrantes do Ministério das Relações Exteriores e das áreas de agricultura e alimentação – em visita à União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), em São Paulo, na última sexta-feira (10/09).
“Atualmente a participação de bioenergia na Coréia (na matriz) é de 2,5%. Até 2030 planejamos aumentar para 11%, ou 4,4 vezes mais do hoje,” afirmou Choi após assistir apresentação da assessora de Relações Institucionais da UNICA, Nayana Rizzo, que abordou o processo industrial e as novas tecnologias adotadas pelo setor sucroenergético brasileiro.
De acordo com o embaixador, a Coréia do Sul importa 90% da energia que consome, já que o país não tem nenhuma fonte natural de recursos. “No momento importamos petróleo, mas queremos reduzir nossa dependência e aumentar o uso de bioenergia,” informou.
A Coréia do Sul tem aumentado gradativamente a presença do etanol e grande parte da importação vem do Brasil. Entre abril e julho deste ano, o país foi o principal destino das exportações brasileiras, com 21,32% do total exportado, ou 122.826 mil litros, à frente da União Européia (com 18,79%) e Estados Unidos (com 12,98%). Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Choi diz que a tendência é de crescimento na importação dos biocombustíveis. “Na Coréia do Sul o preço do etanol é mais alto que o da gasolina porque temos que pagar pelo transporte, há muitas tarifas. Ainda não temos infra-estrutura para estocar e distribuir etanol, mas como o governo tem investido muito nesta política de biocombustíveis e bioenergia, acredito que a longo prazo teremos automóveis flex”.