A associação entre a usina de açúcar e etanol Irmãos Baldin e a CPFL, para gerar energia a partir da biomassa da cana-de-açúcar, marca a entrada de mais um tradicional grupo do setor de energia na área da bioeletricidade. “É uma tendência inexorável do setor, em função do potencial energético da biomassa da cana”, afirma Onorio Kitayama, especialista em bioeletricidade da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA).
As empresas vão investir R$ 100 milhões no projeto, que a partir de 2010 vai gerar 25 MW de energia excedente, para serem comercializados no mercado livre. Com as expansões previstas, a geração pode atingir 45 MW no futuro.
A CPFL já vem comprando eletricidade produzida de biomassa de cana desde 1987, porém agora estréia como geradora por meio da recém-criada CPFL Bioenergia, que integra o grupo da CPFL Geração. A eletricidade gerada será comercializada pela CPFL Brasil. Recentemente o grupo CPFL fechou um contrato também com a Cosan para comercializar 30 MW por 15 anos.
O potencial da bioeletricidade foi despertado pela iniciativa voluntária da indústria da cana-de-açúcar, de assinar o Protocolo Agroambiental com o governo do Estado de São Paulo e antecipar o prazo exigido por lei para o final da queima da palha da cana. Segundo o Protocolo, a queima da palha de cana será eliminada nas áreas mecanizáveis até 2014, em vez de 2021 pela exigência legal. Com isso, a quantidade de palha de cana para gerar eletricidade nas usinas crescerá progressivamente.
Hoje todas as usinas do país são auto-suficientes em energia elétrica e produzem o correspondente a 3% (1.800 MW médios) da capacidade de geração brasileira. Para 2015 as estimativas apontam para um potencial de 11.500 MW médios, subindo para 14.400 MW médios em 2020.