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Cresce moagem de cana, com ganho menor para produtores

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18 de março de 2008

Os números oficiais da última safra mostram um crescimento de 15,64% na moagem de cana-de-açúcar, em comparação com 2006/07, segundo levantamento da UNICA na região Centro-Sul do País, que responde por 86% da produção nacional.

Os dados divulgados nesta terça-feira (18/03/08) mostram que, na safra 2007/08, houve queda na receita obtida pelo setor sucroalcooleiro.

Foram moídas 431,1 milhões de toneladas, acima dos 372,8 milhões de toneladas do ano anterior. “A queda de preço, porém, prejudicou a rentabilidade das unidades industriais e dos fornecedores de cana”, avalia Antonio de Pádua Rodrigues, diretor-técnico da UNICA.

Enquanto o faturamento médio por tonelada de cana moída foi de 82,90 reais na safra 2006/07, dos quais 50,40 reais foram para remunerar o produtor de cana, nesta safra o faturamento foi de 58,04 reais por tonelada, sendo repassados ao produtor de cana 35,50 reais por tonelada.

A produção de açúcar atingiu 26,2 milhões de toneladas, 1,46% superior aos 25,8 milhões de toneladas de 2006/07. O crescimento da produção de álcool (etanol), por sua vez, foi de 26,6 % nesta safra, chegando a um total de 20,3 bilhões de litros. Na safra anterior, foram gerados 16,1 bilhões de litros de etanol.

Produção em alta

No período 2007/08, o rendimento da matéria-prima foi de 144,74 ATR (Açúcar Total Recuperável) por Tonelada de Cana-de-açúcar (TC), com uma queda de 1,48% em relação à safra anterior, que ficou em 146,92 ATR/TC. Os dados foram tabulados pela UNICA, com base nas informações enviadas pelas unidades industriais às entidades estaduais.

Do total de álcool produzido, 14,8% destinaram-se ao mercado externo, 3,8% ao mercado interno para uso não carburante e 81% para uso como combustível – o álcool anidro como aditivo da gasolina e o álcool hidratado para consumo direto. “Das vendas totais de etanol para fins carburantes, o hidratado já responde por 67%, sendo o produto que deu sustentabilidade ao crescimento da oferta de cana”, constatou Pádua.

O Estado de São Paulo respondeu por 68,7% da moagem de cana da região Centro-Sul nesta safra, o que representou uma queda em relação aos 70,9% verificados na 06/07. Mesmo com crescimento de 12,07% na moagem, o faturamento líquido caiu 21%, de 21,9 bilhões de reais para 17,3 bilhões de reais nesta safra.

“Esta foi a safra mais longa das últimas cinco. E o aproveitamento de tempo ficou muito semelhante ao da anterior, com apenas 11 dias a mais de moagem”, afirmou Pádua, acrescentando que, mesmo com um canavial mais jovem, a produtividade agrícola caiu 1,5% no período.

“Quanto à previsão para a próxima safra, ainda dependemos da quantificação da área a ser colhida, pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), cujo trabalho está em desenvolvimento”, informou.