Mostrar a um grupo de investidores estrangeiros por quê os benefícios econômicos, ambientais e sociais da produção e utilização do etanol no Brasil justificam o crescente interesse de estrangeiros no setor sucroenergético nos últimos anos. Esse foi o objetivo da apresentação feita na segunda-feira (12/07) pelo consultor de emissões e tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, durante o 4th Annual Brazil Agricultural Trip, evento realizado no hotel Grand Hyatt de São Paulo.
Com duração de uma semana (12/07 a 16/07), o encontro anual é organizado pelo Deutsche Bank com o objetivo de promover acordos econômicos bilaterais entre Alemanha e Brasil na área do agronegócio. “Graças ao surgimento de novas tecnologias, especialmente no setor sucroenergético, que hoje domina a produção do biocombustível mais avançado do mundo – o etanol de cana – o Brasil vem atraindo o interesse de empresários do mundo inteiro,” destaca Szwarc.
Ele apresentou aos executivos a evolução da produção canavieira no Brasil, principalmente após a implantação do Programa Nacional do Álcool (Próálcool) na década de 1970 e o progresso tecnológico nas áreas de produção, uso e logistica. Szwarc também destacou o surgimento dos carros flex no País, em 2003, como um dos fatores determinantes para a alavancagem da fabricação do etanol brasileiro.
Além da UNICA, os grupos Cosan, São Martinho e Guarani, empresas associadas à entidade e responsáveis por grandes volumes de produção de etanol no País, representaram o setor sucroenergético no evento. Empresas como Petrobrás, Brasil Foods, Brazil Agro, Fertilizantes Heringer, Fosfertil, JBS, Marfrig e SLC Agrícola também marcaram presença no seminário.
Globalização do setor
O cenário otimista em relação a produtos derivados da cana-de-açúcar no País fez com que a presença do capital externo no setor sucroenergético nacional se intensificasse nos últimos meses. Importantes transações foram anunciadas no primeiro semestre de 2010, entre elas a joint venture do Grupo Cosan com a petrolífera anglo-holandesa Royal Dutch Shell, a aquisição do Grupo Moema pela multinacional Bunge e a compra de participação majoritária na Equipav Açúcar e Álcool pela Shree Renuka Sugars, maior grupo refinador de açúcar da Índia, são alguns exemplos neste sentido.
De acordo com levantamento da UNICA, em 2007 o capital estrangeiro controlava 7% de toda a cana processada no Brasil. Após as transações do primeiro semestre de 2010, esse percentual chegou a 22%.