O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, rebateu nesta sexta-feira (18/04/08) as críticas de lideranças mundiais que alegam que o aumento dos preços dos alimentos é consequência da maior produção de biocombustível.
Sobre a frase do diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, que relacionou os biocombustíveis a “um problema moral”, o ministro brasileiro foi enfático ao lembrar que o FMI pode ser uma peça fundamental no combate à alta dos preços dos alimentos.
“Se o FMI puder ajudar para que países africanos e países latino-americanos mais pobres possam produzir biocombustíveis que entrem sem barreiras nos países ricos, eles estarão ajudando a renda desses países, e é com renda que você obtém os alimentos”, afirmou Amorim – de acordo com a Agência Estado.
A declaração do ministro das Relações Exteriores foi bem-recebida pela UNICA. O diretor-executivo da entidade, Eduardo Leão de Sousa, concordou com a opinião de Amorim, dizendo que transformar o etanol em uma commodity global trará benefícios especialmente para as economias em desenvolvimento.
“A UNICA tem trabalhado intensamente para mostrar ao mundo que a experiência do Brasil com o etanol pode ser compartilhada com outros países, permitindo uma maior democratização da energia e ganhos ambientais e econômicos”, afirmou Leão. “São mais de 30 anos de importantes avanços tecnológicos, com foco na sustentabilidade.”
O executivo da UNICA disse ainda que o etanol pode se tornar uma peça fundamental para a distribuição de renda no mundo. “Afinal, em vez de 20 países produtores de petróleo, poderemos ter 100 países de clima tropical produzindo etanol de modo sustentável para substituir a gasolina”, concluiu.