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Deputado Roberto Morais questiona o rumo do etanol no Brasil

19 de março de 2013

A reportagem “As usinas estão parando”, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo no final de fevereiro, chamou a atenção do deputado estadual de São Paulo, Roberto Morais, do Partido Popular Socialista (PPS) a ponto de virar tema de seu pronunciamento na 15ª Sessão Ordinária da Tribuna da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), no dia 27/02.

Natural de Piracicaba, no centro de uma das principais regiões canavieiras paulistas, o deputado fez referência a um comentário do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, feito em 2007 quando assinou um acordo de cooperação para a produção de etanol com o presidente dos Estados Unidos na época, George W. Bush. Na ocasião, Lula afirmou que estava se abrindo um novo momento para a humanidade, e que com a produção do etanol os dois países estariam contribuindo para a geração de renda, inclusão social e redução da pobreza em muitos países.

Ao relembrar aquele momento político, que vislumbrava um novo rumo para o setor sucroenergético brasileiro, Morais reforçou que de 2008 para cá, poucas novas usinas foram instaladas no País. Pelo contrário, ele citou uma perspectiva divulgada pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), indicando que nos próximos dois a três anos, 60 das 330 usinas de açúcar e etanol da região Centro-Sul, que corresponde a 90% da cana-de-açúcar processada no País, devem encerrar suas operações ou serem vendidas.

O deputado destacou as dificuldades financeiras que o setor vêm enfrentando e que justificam esse cenário. “Temos uma grande preocupação com a geração de renda, de empregos e com a produção de açúcar e de etanol,” concluiu.

Para o diretor Técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, o setor sucroenergético vive um momento bastante complicado e por mais que o empresário esteja acostumado com a volatilidade do mercado, ele precisa de regras claras e estáveis para investir hoje e ter retorno nos próximos 10 anos. “Parabenizo a iniciativa do deputado, que reforça a importância de uma política que mantenha a competitividade e a remuneração do etanol hidratado. Não podemos continuar comprometendo toda uma atividade, que soma hoje mais de 400 empresas dedicadas à produção de cana e etanol no País,” acrescentou.