A gestão brasileira na produção de açúcar e etanol, sustentável e estratégica para a segurança energética e alimentar do Brasil e de vários países, motivou a visita de seis novos adidos agrícolas que a partir de janeiro serão responsáveis por promover o agronegócio nacional na Colômbia, Canadá, União Europeia, Marrocos, Egito e Indonésia. Na última semana (26/11), a usina Santo Antônio, associada da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) no município de Sertãozinho (SP), acolheu os representantes consulares com o objetivo de demonstrar o desenvolvimento tecnológico alcançado pelo setor sucroenergético nos últimos anos.
A responsável pelo departamento de Relações Institucionais da UNICA, Julia Tauszig, acompanhou a visita ciceroneada inicialmente pelo supervisor de Planejamento da Santo Antônio, Felipe Marques Bazzo, que deu um panorama geral sobre a empresa desde a sua fundação, em1946, destacando a fabricação do açúcar orgânico.
Na sequência, o gerente Industrial, responsável pelas operações da usina, José Marcos de Oliveira, demonstrou aos convidados detalhes do processo de moagem da cana e produção dos seus derivados, dando ênfase à geração de bioeletricidade. Há 30 anos, a companhia foi uma das primeiras a exportar energia elétrica obtida de uma fonte renovável para a rede. A delegação ainda conheceu as diferentes variedades da cana e o insetário da Santo Antônio, onde são produzidas as vespas “Cotesia Flavipes” para o controle biológico da broca-da-cana, praga que afeta os canaviais.
Os novos adidos agrícolas também receberam informações sobre aspectos ligados à sustentabilidade do setor sucroenergético e a sua contribuição para o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono, considerando que, atualmente, a participação da cana na matriz energética brasileira é de 17,4%.
“Graças à expertise na fabricação sustentável do etanol, está alinhado com a tendência mundial de substituir fontes fósseis por renováveis. Tecnologias que revolucionaram a produção canavieira nos últimos anos, como a mecanização da colheita, que pôs fim ao uso do fogo como método pré-colheita, beneficiou principalmente o meio ambiente”, explica Julia Tauszig, da UNICA.
No Estado de SP, polo canavieiro do Brasil, quase 100% dos canaviais são mecanizados, resultado de um acordo firmado dez anos atrás entre produtores, fornecedores e governo estadual. Na oportunidade, foi assinado o Protocolo Agroambiental, iniciativa criada com o objetivo de desenvolver ações que estimulem a sustentabilidade da cadeia produtiva de açúcar, etanol e bioenergia. Desde a vigência da medida, a indústria sucroenergética paulista deixou de emitir mais de 8,65 milhões de toneladas de CO2 e mais de 52 milhões de toneladas de poluentes atmosféricos, números equivalentes à emissão diária de 151 mil ônibus durante um ano. Desde 2007, as usinas conduziram ações para proteger mais de 8.000 nascentes e 200 mil hectares de mata ciliares.
O que um adido agrícola?
São servidores públicos com mais de dez anos de atuação em atividades ligadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e que tem a missão de abrir, manter e ampliar mercados para os produtos brasileiros no exterior. Os Adidos têm um mandato de quatro anos e atuam como diplomatas técnicos, dando suporte às ações de cooperação internacional por meio do monitoramento de barreias comerciais ou fitossanitárias, estudo de políticas agrícolas e legislações de interesse da agricultura de seus países etc.
Nesta sexta-feira (30/11), os adidos agrícolas encerram a fase de imersão no agronegócio nacional. Além da usina Santo Antônio, o grupo visitou um frigorífico, exportadora de frutas, indústria de alimentos para animais, instituições de pesquisa e terminais do Porto de Santos.
Relação dos novos adidos:
Cesar Simas Teles (Egito)
Guilherme Antonio da Costa Junior (União Europeia)
Gustavo Bracale (Indonésia)
Luciana Pimenta Ambrozevicius (Canadá)
Marcus Vinicius Segurado Coelho (Colômbia)
Nilson Cesar Castanheira Guimarães (Marrocos)