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Diversidade crescente de produtos que vem da cana desperta interesse de deputada europeia

13 de abril de 2012

Castillo: ” A diversidade de produtos brasileiros mostra que o setor não se resume apenas ao etanol e ao açúcarA grande quantidade de novos produtos derivados da cana-de-açúcar, além do etanol e do próprio açúcar, chamou a atenção de Pilar Del Castillo, presidente da Comissão de Indústria, Pesquisa e Energia do Parlamento Europeu (ITRE, na sigla em inglês).  Ela manifestou surpresa ao liderar uma delegação de parlamentares europeus na quarta-feira (04/04) em visita à sede da empresa de biotecnologia Amyris Brasil, em Campinas (SP).

“É interessante observar a gama de produtos que podem ser extraídos da cana. Essa diversidade mostra que a cadeia produtiva brasileira não se resume apenas ao etanol e ao açúcar,” destacou Castillo, que foi ministra da Educação, Cultura e Desporto da Espanha entre 2000 e 2004.

O encontro, promovido pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), teve como objetivo expor iniciativas tecnológicas do setor sucroenergético, como a produção do chamado plástico verde e o uso da biotecnologia para gerar novos subprodutos da cana. A delegação, composta por 19 deputados europeus, foi recebida na Amyris pelo diretor geral da empresa, Roel Collier, e por Luiz Fernando Amaral, gerente de Sustentabilidade da UNICA.

Com sede na Califórnia (EUA) e presente no Brasil desde 2011, a Amyris possui tecnologia própria de produção do “farneseno verde,”  componente químico obtido a partir da fermentação do caldo de cana com leveduras. O produto é utilizado na fabricação de combustíveis de avião, lubrificantes, diesel e biodiesel, cosméticos e detergentes.

Tecnologia canavieira

Em sua apresentação, Amaral mostrou como os avanços tecnológicos tem tornado a produção de cana e de seus produtos derivados um processo cada vez mais sustentável, citando como exemplos a mecanização do plantio e da colheita. O uso do bagaço da cana para a produção de bioeletricidade e de etanol de segunda geração também foram lembrados, com destaque para a disponibilidade de excedentes de resíduos agrícolas, algo que permitirá a produção simultânea dos dois produtos no Brasil.

“O País vem se destacado cada vez mais no cenário internacional e, com a aproximação da Rio + 20, é natural que mais delegações queiram conhecer e ver o potencial desses produtos, principalmente o etanol e todas as outras tecnologias que tem como matéria prima a cana-de-açúcar,” explica Amaral.

A expansão da cultura canavieira foi outro tema que gerou interesse da delegação europeia. No Brasil, a cana ocupa 2.8% das terras aráveis, o que corresponde a 9,5 milhões de hectares. A expansão dos canaviais se dá majoritariamente sobre pastos degradados, sem o desmatamento de vegetação nativa, afirmou o gerente da UNICA.

O Zoneamento Agroecológico da cana, lançado em 2009 pelo Governo Federal, restringe a expansão da produção de biocombustíveis a áreas em que essa atividade não têm impacto para a biodiversidade e exclui o cultivo da cana em biomas sensíveis, como a Amazônia, o Pantanal e a bacia do Alto Paraguai. O Zoneamento também proíbe a expansão do cultivo de cana-de-açúcar sobre qualquer tipo de vegetação nativa.