Prestes a integrar um poderoso conglomerado que promete liderar o setor de defensivos agrícolas e sementes, a DuPont, atualmente em processo final de fusão com a Dow Chemical, quer ampliar a sua carteira de clientes e o seu portfólio de produtos em um dos mercados mais promissores do mundo, o agronegócio brasileiro. Com o objetivo de estreitar laços comerciais e demonstrar inovações tecnológicas de última geração para o campo, a multinacional convidou um grupo de executivos de diversos segmentos produtivos do Brasil para visitar, durante cinco dias, as instalações da empresa nos EUA.
“Qualquer futuro que nós imaginemos para a agricultura mundial tem o Brasil como peça central. Um mercado como o Brasil requer inovação traduzida em melhores produtos, e nós estamos comprometidos com isso”, disse o vice-presidente Executivo da Divisão de Agricultura da DuPont, Jim Collins.
Além da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), representada pelo seu diretor Executivo, Eduardo Leão de Sousa, foram convidadas as seguintes entidades: Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA), Aprosoja Brasil, Aprosoja Mato Grosso e Instituto Pensar Agro.
“A visita foi uma excelente oportunidade para conhecermos com mais detalhes as perspectivas da nova empresa a partir da aprovação da fusão entre essas duas gigantes do ramos de defensivos e genética, bem como as inovações tecnológicas que vem sendo desenvolvidas. Ficou claro que muitas novidades estão por vir principalmente na área de melhoramento de plantas e esperamos que a companhia direcione parte desses investimentos e esforços para a cana, cujo valor da produção supera os US$ 40 bilhões anuais somente no Brasil”, ressalta o diretor da UNICA.
Programação
A visita da delegação brasileira se iniciou na segunda-feira (17/07), na cidade de Johnston, quando os executivos brasileiros foram recepcionados pela presidente da DuPont Brasil e vice-presidente de Proteção de Cultivos para América Latina, Priscila Vansetti, o vice-presidente da DuPont Pioneer América Latina, Roberto Hun, e outros líderes da companhia.
Brasileiros em um dos diversos laboratórios da DuPontEm um dos maiores centros de pesquisa da DuPont, os convidados acompanharam de perto o desenvolvimento de soluções relacionadas ao melhoramento genético das plantas, aumento de tolerância a herbicidas, proteção de doenças e insetos e desempenho agronômico. A fábrica, com mais de 1.000 pesquisadores em atividade, está localizada no Estado de Iowa, considerado o cinturão do milho nos EUA, de onde sai grande parte da matéria-prima utilizada para a produção de etanol naquele país.
Os integrantes do grupo conheceram os laboratórios de tratamento de sementes, estufas e um insetário. Participaram também de discussões sobre manejo de resistência de pragas nas lavouras e sobre agricultura digital, na qual equipamentos como monitores para colheitadeiras estão em expansão. No Brasil, o avanço da mecanização da colheita da cana-de-açúcar no Centro-Sul fez com que o mercado de máquinas colheitadeiras tivesse grande expansão nos últimos dez anos. Na safra 2007/2008, as usinas possuíam 753 colhedoras próprias e, no ciclo 2016/2017, já acumulam mais de três mil unidades exclusivamente aplicadas na cultura sucroenergética.
Os executivos brasileiros estiveram em Washington e visitaram o escritório de Assuntos Governamentais da DuPont, onde se reuniram com o economista-Chefe do Departamento Americano de Agricultura (USDA), Rob Johansson, para uma discussão sobre as tendências em agricultura e biocombustíveis. A agenda incluiu ainda um jantar com o adido agrícola da Embaixada brasileira na capital norte-americana, Luiz Caruso, e uma mesa-redonda com representantes de associações de produtores dos EUA para troca de experiências.
Os convidados conheceram a fazenda experimental da DuPont Chesapeake Farms, uma área de pesquisa, demonstração, educação de gestão agrícola e de vida selvagem com 3.300 acres. No último dia de viagem tiveram um encontro com a vice-presidente global de Políticas Públicas e Sustentabilidade da multinacional, Krysta Harden, na matriz da empresa.