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Eficiência energética e a situação do setor elétrico são discutidas

13 de outubro de 2014

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) e o Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (CEISE Br) realizaram na quinta-feira (09/10) o IV Seminário de Bioeletricidade – “A Produção da Bioeletricidade em Diferentes Perspectivas”, ocorrido no Auditório do Centro Empresarial Zanini, em Sertãozinho (SP).

Com a presença de mais de 100 pessoas, o evento foi aberto pelo presidente do CEISE Br, Antonio Eduardo Tonielo Filho, pelo gerente executivo do CEISE Br, Sebastião Pereira e pelo gerente em Bioeletricidade da UNICA, Zilmar de Souza.

A primeira palestra do seminário “Eficiência Energética e Avanços Tecnológicos nas Plantas Industriais com Resultados no Aumento da Geração de Energia,” ministrada pelo diretor Técnico da MCE Engenharia, José Campanari Neto, abordou as principais rotas para melhorar a produção de energia elétrica, tanto em plantas existentes quanto plantas novas, além de discutir a utilização da palha da cana.

Em seguida, o gerente de Vendas de Turbinas da Siemens, Márcio Campos, apresentou a palestra “Maximizando Resultados com Tecnologias Integradas para Cogeração”, onde foram discutidos os tipos de turbina, com uma análise do Ciclo Rankine Convencional comparado ao Regenerativo, concluindo com propostas de aprimorar a relação das despesas de capital (CAPEX) e operacionais (OPEX).

A última palestra ficou a cargo do sócio da Studio Energia Consultoria e Desenvolvimento, Alessandro Castro, com o tema “Setor Elétrico Brasileiro: Planejamento Energético da Expansão – Riscos e Oportunidades”, apresentando uma análise das condições atuais de oferta e demanda de energia no Sistema Interligado Nacional e perspectivas da segurança energética para os 15 próximos meses.

Perspectivas para o próximo leilão A-5 também foram debatidas

No encerramento do evento, durante os debates, o potencial da bioeletricidade e a necessidade de se estimular seu aproveitamento foram lembrados pelo público presente. Zilmar de Souza aproveitou para comentar sobre o próximo leilão A-5, que acontecerá no dia 28/11, no qual a fonte biomassa cadastrou 32 projetos, somando 1.917 MW, mas representando apenas 4% da oferta total cadastrada para o certame.

“O preço teto do leilão aumentou em 37% com relação ao último A-5. É um avanço, mas observa-se que o grande potencial, que hoje é a reforma das usinas existentes, o chamado “retrofit”, ainda não se sentiu estimulado a participar dos leilões de forma consolidada. Precisamos continuar melhorando o preço teto dos certames, reconhecendo as externalidades da bioeletricidade, para permitir a viabilidade econômica das mais de 200 usinas sucroenergéticas existentes e que atualmente produzem apenas para o autoconsumo, o que já é ótimo, mas, com a mesma biomassa, podem gerar excedentes para a rede também”, avalia Souza.

O executivo também lembrou que um fator que pode restringir a oferta de projeto para os leilões foi a recente alteração nos contratos que transfere o risco de indisponibilidade da rede de transmissão para o gerador. Para o próximo leilão A-5, por exemplo, consta que se a obra na rede de transporte não estiver pronta na data de iniciar a entrega de energia, o gerador não receberá a receita de venda, mesmo não tendo causado o atraso. “Considerando que são obras que dependem desde a distribuidora até a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e o ONS (Operador Nacional de Sistema), se isto não for revisto, significará um risco transferido para o gerador que, certamente, tirará projetos de biomassa dos leilões, inclusive para o próximo A-5”, conclui Souza.