A Índia é um dos grandes produtores de cana-de-açúcar do mundo e se dedica principalmente à produção de açúcar. Um grupo de empresários do país veio ao Brasil para entender o processo local de produção e comercialização da indústria sucroalcooleira. Para eles, interessa conhecer a tecnologia das usinas brasileiras e também a política de remuneração da cadeia produtiva, representada no Brasil pelo Consecana.
“Visitas assim demonstram o interesse pela produção de etanol em países que apresentam potencial, mas que ainda não o exploram em sua plenitude. Os indianos agora examinam formas de ampliar sua produção de etanol e bioeletricidade, com vistas a reduzir a dependência de fontes fósseis”, afirmou Eduardo Leão de Sousa, diretor-executivo da UNICA, que participou da reunião com os indianos junto com Adhemar Altieri, diretor de Comunicação Corporativa, Géraldine Kutas, assessora internacional, e Carolina Costa, relações públicas.
Om Narayan, da usina indiana The Dhampur, e Anant Pande, da consultoria Indo Greenfuel, em visita à UNICA nesta quarta-feira (23/07/08), se impressionou pelo fato de o setor sucroalcooleiro do Brasil não estar submetido ao controle estatal em nenhuma etapa da produção, distribuição ou comercialização. Afinal, na Índia todas essas fases têm controle do Estado.
Os executivos indianos irão conhecer ainda os processos brasileiros inovadores para produção de etanol, já que hoje fabricam álcool somente a partir do melaço, um substrato da cadeia do açúcar. Para isso, eles têm uma visita marcada na usina Ferrari, em Pirassununga (SP), onde serão recebidos pelo diretor Administrativo e Financeiro da empresa e conselheiro da UNICA, Antonio Carlos Previte.
A Greenfuel tem atualmente oito novos projetos para produzir não apenas açúcar, mas etanol e bioeletricidade na Índia. “A Índia é um exemplo dos 100 países que atualmente produzem cana-de-açúcar e que podem contribuir para o fornecimento de etanol, auxiliando nos processo da democratização energética no mundo e também para minimizar os efeitos do aquecimento global, provocado pela emissão de gases de efeito estufa”, concluiu Leão.
Os indianos defendem a sustentabilidade do etanol de cana-de-açúcar e o consideram fundamental para o desenvolvimento social e industrial em seu país.