É preciso destacar sempre que possível as características que diferenciam o etanol brasileiro, produzido a partir da cana-de-açúcar, dos produzidos em outras partes do mundo. Esse foi um dos recados do presidente da Unica, Marcos Jank, durante participação do “Reuters Summit” uma série de encontros com jornalistas da Reuters, uma das principais agências de notícias do mundo.
O encontro foi realizado nesta terça-feira, 15/01, na sede da Reuters em São Paulo, e foi acompanhado em tempo real por jornalistas em diversas redações da agência pelo mundo. Segundo Jank, ao ressaltar as características mais marcantes do etanol produzido no Brasil, se está automaticamente “descolando” o produto, através de suas vantagens, dos produzidos em outros países, que tendem a ser menos eficientes tanto do ponto de vista ambiental quanto do balanço energético e do custo de produção. “Dessa forma, ilustramos com clareza as diferenças, que na verdade são pontos positivos do etanol brasileiro produzido da cana-de-açúcar. Frequentemente, estudos internacionais não registram essas diferenças e tratam os vários tipos de etanol como similares, o que leva a interpretações equivocadas que equiparam o produto brasileiro a outros menos eficientes”, destacou.
Um dos aspectos que geraram mais interesse dos jornalistas da Reuters foi a bioeletricidade, principalmente em função das preocupações das últimas semanas com a possibilidade de racionamento de energia no Brasil. Jank detalhou o potencial do setor sucroalcooleiro para gerar cerca de 15 mil megawatts até 2015, ou aproximadamente 15% das necessidades do País. Um leilão para compra de eletricidade gerada por biomassa está; marcado para o próximo dia 30 de abril.
A necessidade de revisão da matriz brasileira de combustíveis também foi destacada pelo Presidente da UNICA, que mencionou como exemplo o anúncio recente da nova “Energy Bill” política energética do governo dos Estados Unidos. Segundo Jank, o documento detalha claramente a utilização dos vários componentes da matriz energética americana nos próximos anos, enquanto no Brasil, não temos ideia de quanto etanol será usado, quanto terá que ser produzido, o que dificulta enormemente a atuação de empresários do setor, especialmente para definir investimentos.