“Brilhante… tão brilhante quanto triste.” Assim o economista, professor e ex-ministro Antonio Delfim Netto definiu a entrevista da presidente da UNICA, Elizabeth Farina, publicada no jornal Folha de S. Paulo da segunda-feira (14/04), em sua coluna semanal na Rádio Bandeirantes AM de São Paulo.
Delfim não poupou elogios à presidente da maior entidade representativa do setor sucroenergético e disse: “Eu assino embaixo a entrevista. A Elizabeth é uma economista de altíssima qualidade, foi presidente do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), é responsável e não se presta a exibicionismos.”
Com chamada na capa, as declarações de Farina foram destaque da edição do jornal Folha de S. Paulo, na conceituada seção “Entrevista da 2ª.” Conduzida pela jornalista Patrícia Campos Mello, o texto aborda principalmente como as políticas adotadas pelo governo nos últimos anos contribuíram para a maior crise da história do setor sucroenergético.
Assuntos como a política de congelamento do preço da gasolina e de redução da Cide, o descontentamento geral do setor com as medidas do governo, a falta de investimentos e o elevado número de usinas que encerraram suas atividades ou entraram em recuperação judicial, são os principais pontos abordados na entrevista.
Farina também lembrou de como o setor era visto e prestigiado pelo então presidente Luis Inácio Lula da Silva, um entusiasta do etanol.
“Lula falava que os usineiros eram heróis, que o Brasil ia abastecer o mundo com combustível renovável, sinalizando o papel central que tinha o etanol. Como as perspectivas foram frustradas, esse investimento se mostrou excessivo. O interesse pelo pré-sal tirou o foco do etanol. E o combate à inflação, feito por meio de controle de preços e redução da Cide, foi mortal. Eliminou o diferencial tributário que garantia competitividade ao etanol,” disse a presidente da UNICA à Folha.
Farina concluiu a entrevista registrando as principais reivindicações do setor.
“Queremos programas específicos para aumentar a eficiência dos motores no uso do etanol. E também incentivo para um carro híbrido flex (eletricidade e etanol). Queremos a volta da Cide sobre a gasolina, hoje zerada. O governo desonerou o combustível fóssil e poluente e reduziu a competitividade do combustível limpo.”
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