undefinedO etanol produzido a partir da cana-de-açúcar vem garantindo o sucesso dos bioplásticos no segmento de embalagens alimentícias, e tem plenas condições de ser aplicado em peças da indústria pesada como as usadas em geladeiras e automóveis. O consultor em Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, cita como exemplo desta expansão a empresa Braskem, petroquímica do grupo Odebrecht, que dois anos após o lançamento do primeiro “plástico ‘verde” quer novamente investir no biocombustível brasileiro para fabricar um plástico renovável ainda mais resistente.
“O novo produto confirma as qualidades técnicas e ambientais do etanol produzido no Brasil como matéria prima para os bioplásticos e amplia a participação do biocombustível no setor químico e no mercado de baixo carbono. Artigos que representam inovação tecnológica e sustentabilidade são exigências cada vez comuns dos consumidores no mundo todo,” avalia o executivo da UNICA.
Maior fabricante da versão renovável do polietileno, o plástico mais utilizado do mundo, a Braskem quer agora produzir a partir de 2013 o “polipropileno verde,” cujo consumo global é de 51 milhões de toneladas ao ano. O novo produto apresentará as mesmas propriedades técnicas, de processabilidade e desempenho, de seu similar produzido a partir do petróleo. O polipropileno, segundo plástico mais utilizado no mundo, tem como principais características a alta transparência e a resistência ao impacto em baixas temperaturas, além de possuir baixa densidade, possibilitando peças de menor peso e grande versatilidade de aplicações.
Em dois anos, a Braskem pretende colocar em operação uma unidade industrial exclusivamente voltada para a fabricação do polipropileno. Será a segunda fábrica da empresa dedicada a bioplásticos no Brasil. Em 2010, a empresa investiu mais de US$ 170 milhões (R$ 300 milhões) em um complexo industrial na cidade de Triunfo (RS), onde são produzidas 200 mil toneladas por ano de polietileno à base de etanol.
Inicialmente, a capacidade mínima de produção da nova fábrica, ainda sem local definido para a construção, será de 30 mil toneladas por ano de polipropileno. Segundo a Braskem, a expectativa de investimento no projeto é de aproximadamente US$100 milhões (R$ 174 milhões).
A montadora Toyota poderá ser um dos primeiros clientes do polipropileno, já que desde 2007 a marca japonesa mantém uma parceria com a Braskem que resultou no primeiro polietileno verde de matéria-prima 100% renovável certificado internacionalmente.
Receita de sucesso
Multinacionais como Heinz, TetraPak, Nestlé, Danone, Procter & Gamble
De acordo com o relatório “Global Bioplastics Market 2010–2014”, divulgado no início de setembro pela empresa Technavio, o mercado de bioplásticos deverá crescer até 32% considerando o período 2010-2014. O estudo, baseado em extensa pesquisa realizada com especialistas da indústria automobilística, fornecedores e consumidores de diversos setores, consultou profissionais de empresas como Natureworks, Novamont, ADM/Metabolix, Toyota e BASF.