O interesse em conhecer melhor o potencial do etanol de cana-de-açúcar na mitigação dos gases de efeito estufa motivou a visita de um grupo de membros do British Council (Conselho Britânico) à União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) nesta quarta-feira (05/11/2008). O British Council é uma entidade que promove o intercâmbio cultural e científico entre a Grã-Bretanha e outros países.
Grupo do British Council na sede da UNICA em São Paulo Liderado pelo diretor global para Mudanças Climáticas do British Council, David Viner, o grupo foi recebido pelo consultor de emissões e tecnologia da UNICA, Alfred Szwarc. Devido ao interesse por questões relacionadas ao meio ambiente, o foco da conversa se concentrou em como o setor sucroenergético brasileiro contribui para mitigar o aquecimento global.
Szwarc explicou que o etanol de cana-de-açúcar é menos poluente do que os derivados de petróleo e que, durante todo o seu ciclo de vida, desde a plantação de cana-de-açúcar até a sua utilização como combustível de carros, há uma redução de 90% dos gases de efeito estufa na comparação com a gasolina.
“Estamos bem-adiantados em termos de sustentabilidade em comparação aos países que utilizam outras matérias-primas na produção do etanol”, afirmou Szwarc, ao comentar as diferenças entre o etanol de cana e os de outras matérias-primas quanto à redução dos gases de efeito estufa.
Alfred disse ainda que, na medida em que o setor puder reduzir o consumo de diesel na operação de máquinas agrícolas e de caminhões, substituindo-o gradualmente por biodiesel ou etanol, a tendência é a de reduzir ainda mais a emissão de gases de efeito estufa. “O setor tem potencial para ser um sorvedouro dos gases emitidos por outras atividades”, concluiu.
A Grã-Bretanha está avaliando algumas frotas-piloto de veículos flex movidos a E85 (85% de etanol e 15% de gasolina) e discute a implementação de uma legislação que prevê a inclusão de 5% de combustíveis renováveis em sua matriz energética, algo para vigorar em 2010.