Em referência ao Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta segunda-feira (05/06), o programa Domingão Faustão exibiu na tarde de ontem algumas dicas do renomado físico e ex-ministro, José Goldemberg, sobre como as pessoas, no seu dia a dia, podem ajudar a preservar a natureza e, portanto, melhorar a qualidade de vida, principalmente nos centros urbanos. E o uso do etanol produzido a partir da cana-de-açúcar em substituição à gasolina foi apontado pelo especialista como uma atitude fundamental para se mitigar as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) no transporte veicular.
“Uma das maneiras importantes de ajudar o meio ambiente e o próprio Brasil é abastecer o carro com etanol (…) ele é mais barato, ajuda a reduzir a poluição na atmosfera e prestigia uma solução que é desenvolvida no País”, enfatizou Goldemberg após o apresentador Fausto Silva destacar que a nação foi pioneira ao produzir e utilizar, em larga escala, o derivado sucroenergético a partir da década de 1970, como forma de diminuir a dependência do petróleo.
Para exemplificar o potencial ambiental do biocombustível – produto que chega a emitir até 90% menos GEEs em relação ao seu concorrente fóssil – o Professor emérito da Universidade de São Paulo (USP) acrescentou: “Em São Paulo, uma grande metrópole, a substituição da gasolina pelo etanol reduziu a poluição. As pessoas mais velhas, como eu e você, Faustão, lembram bem da época em que a cidade tinha um ar menos limpo do que tem agora, e foi o etanol que ajudou nisso. O Brasil é, na área de etanol e de combustíveis renováveis, um dos líderes do mundo, numa época em que não estamos na liderança em muitos setores, infelizmente”.
Febre global
Em outra intervenção durante o programa da Globo, buscando explicar de forma didática o problema do aquecimento global, Goldemberg fez uma analogia entre a saúde humana e planetária. “Se compararmos a Terra com os seres humanos, veremos que ela está ficando doente. A temperatura média das pessoas é de 36,3º. Se ela aumentar 1º é melhor que você vá ao médico. Desde que começou a industrialização, há cerca de 200 anos, a temperatura do planeta já subiu 1º, e ao que tudo indica se elevará em mais um 1º. Ou seja, a Terra está ficando com febre assim como nós quando pegamos um resfriado ou uma infecção”, afirmou.
Lixo
Para fechar a sua participação, José Goldemberg deu outras dicas para engajar o cidadão na luta pela preservação ambiental. “De imediato, as pessoas podem reciclar, cuidar do seu lixo. Além disso, elas podem tentar utilizar menos água e eletricidade. Isso tudo ajuda a combater o problema da poluição, que está colocando em risco a saúde das populações”, ressaltou.
Fausto Silva complementou dizendo que os brasileiros produzem 250 mil toneladas de lixo por dia, sendo que apenas 3% deste total vai para a reciclagem. Outro dado indica que cerca de 85% da população não tem acesso ao serviço, mas mesmo assim, há 14 anos o País vem se destacando como um dos que mais recicla latas de alumínio no mundo.
Assista aqui os depoimentos do professor José Goldemberg.