O etanol representa 54% do faturamento bruto anual do setor sucroenergético, que chega a R$ 40 bilhões. O açúcar é o segundo produto mais importante da cana-de-açúcar em termos de receita, com 44%, e a bioeletricidade vem em terceiro, com 2%. Os dados foram divulgados pelo presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Marcos Jank, que falou a empresários, executivos e estudantes de Relações Internacionais durante a palestra “A dinâmica da inserção brasileira na economia mundial”, na sede da Trevisan Escola de Negócios, na segunda-feira (13/10/08), em São Paulo.
Jank revelou ainda o potencial crescente de geração de bioeletricidade, energia elétrica produzida a partir de biomassa de origem vegetal. “Em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul foram identificados 210 empreendimentos com capacidade instalada potencial de 14.800 MW até 2015. Deste montante, serão exportados 10.200 MW para o sistema elétrico nacional, o equivalente a uma usina do porte de Itaipu.”
Para o presidente da UNICA, a expansão da cana-de-açúcar não prejudica o papel do Brasil como supridor da demanda mundial por alimentos. No ano passado, o Brasil injetou no mercado internacional o equivalente a US$ 58,4 bilhões em produtos agrícolas. “A China já é o segundo maior importador de produtos agrícolas brasileiros, com tendência a superar a União Européia”, afirmou Jank.
Crise internacional
O presidente da UNICA comentou ainda que a crise econômica iniciada nos Estados Unidos resulta em um problema de crédito para as usinas sucroenergéticas, assim como para os demais setores da economia. Ele considera, no entanto, que os fundamentos do setor continuam positivos, sem influência da crise na demanda por etanol, açúcar ou eletricidade.
"A crise pode acelerar o processo de consolidação, principalmente se for muito profunda e gerar uma necessidade de buscar outra forma de agrupamento para as empresas se capitalizarem. O difícil é saber em que velocidade isso vai acontecer", disse.
Apesar de admitir problemas de capitalização, Jank disse que ainda não há projetos de investimento sendo adiados. Ele citou apenas o atraso de novas unidades que estavam previstas para entrar em operação ainda em 2008. Das 32 que deveriam iniciar suas atividades este ano, 29 deverão operar.
O presidente das empresas Trevisan, Antoninho Marmo Trevisan, foi um dos participantes do evento, organizado pela coordenação do curso de Relações Internacionais da Trevisan Escola de Negócios, com o apoio da área de Cursos In Company e do CIERI Trevisan (Conselho Institucional de Estudantes de Relações Internacionais).
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