A expansão da frota de ônibus movidos a etanol na Europa, principalmente na Suécia, serviu como estímulo para que o mesmo conceito de uso de etanol também seja adotado no segmento de caminhões, analisa Alfred Szwarc, consultor de emissões e tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA). E esses caminhões, a exemplo dos ônibus também produzidos pela Scania, já circulam em pelo menos três países: Suécia, Noruega e Finlândia.
Segundo Szwarc, o trabalho da Scania para aprimorar a tecnologia de uso de etanol em motores a diesel é digno de nota, pois dá um passo adiante num mercado que tradicionalmente tem sido dependente do óleo diesel. “O uso de caminhões e máquinas agrícolas a etanol pela indústria da cana-de-açúcar é desejável pois permite fechar um ciclo importante, no qual praticamente todo o processo produtivo passa a ser sustentável, com uso de um combustível de baixo carbono, que reduz em até 70% as emissões de gases de efeito estufa em relação ao diesel e reduz significativamente a emissão de vários poluentes,” explica.
Bruce Atkinson, gerente de produto da divisão de caminhões Green Solutions da Scania, na Suécia, confirma que a mesma tecnologia dos ônibus a etanol está sendo usada em caminhões que já estão sendo oferecidos comercialmente pela empresa. “Não há diferença entre a tecnologia usada nos ônibus e nos caminhões exceto por uma adaptação do chassis. Hoje são mais de uma dúzia de caminhões rodando em três países,” explica Atkinson.
Em novembro, a prefeitura de São Paulo firmou uma meta para um lote inicial de 50 ônibus movidos a etanol na frota de transporte urbano da capital paulista, que serão adquiridos pela Viação Metropolitana. Na oportunidade, o consultor da UNICA informou que a iniciativa do ônibus tornou-se viável por meio do Projeto BEST. “A análise operacional e a confiabilidade desses ônibus foram fundamentais para a viabilidade do trabalho, sem contar os benefícios ambientais que são extremamente atraentes,” explica Szwarc.