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Expansão do setor sucroenergético tem que ser retomada, diz Jank

4 de abril de 2011

Após uma fase de estagnação, o setor sucroenergético precisa retomar os investimentos no ritmo que vinha ocorrendo até a crise global de 2008 e 2009, para fazer frente à demanda acelerada, particularmente, pelo etanol hidradato. A reflexão foi levada pelo presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Marcos Jank, à conferência Sugar and Ethanol Brazil 2011, na terça-feira (29/03), em São Paulo. O evento é uma iniciativa da consultoria alemã F.O.Licht´s em parceria com a International Business Communications (IBC) e a consultoria AgraFNP.

O crescimento dos veículos flex foi um o principais ingrediente por trás da ampliação acelerada da produção de cana-de-açúcar nos últimos anos, lembrou Jank. No entanto, a crise financeira em 2008 atingiu em cheio o setor, reduzindo o nível e a velocidade dos investimentos para ampliar a capacidade de produção e intensificando o processo de consolidação no setor.

“A indústria vinha crescendo a uma taxa de 10% ao ano até 2008. Esse crescimento foi freado com a crise financeira global e caiu para 3,3% ao ano. Além disso, tivemos problemas climáticos afetando as últimas duas safras. Tudo isso causou uma grande reestruturação no setor. Para revertemos este quadro, precisamos de uma série de medidas, desde mudanças na área tributária a melhorias na infraestrutura e no financiamento,” explicou Jank.

Em sua apresentação, o presidente da UNICA abordou o tema “O Etanol Brasileiro: Avaliando o Potencial de Crescimento no Mercado Doméstico e Internacional”, concentrando-se na importância de um novo ciclo de crescimento com eficiência e sustentabilidade. Ele também detalhou as pesquisas que envolvem o etanol de segunda geração, a bioeletricidade e produtos da indústria química produzidos a partir da cana-de-açúcar através da biotecnologia.

Barreiras internacionais

No contexto internacional, a grande barreira ao etanol brasileiro é o protecionismo que prevalece nos principais mercados com potencial de consumo. No caso dos Estados Unidos, Jank destacou que a tarifa de US$ 0,54 por galão (3,78 litros) imposta ao etanol importado completou 30 anos de vigência no final de 2010, quando foi renovada pelo Congresso dos Estados Unidos por mais um ano.

O presidente da UNICA também lembrou que no início de 2010, a Agência de Proteção Ambiental designou o etanol de cana como um biocombustível renovável de baixo carbono, por sua capacidade de reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa em até 90% comparado com a gasolina. Também em 2010, o Conselho de Qualidade do Ar do governo do estado da Califórnia (CARB, na sigla em inglês) reconheceu a contribuição do etanol de cana na luta contra o aquecimento global ao considerar o biocombustível brasileiro como o de melhor desempenho entre as fontes de energia renováveis disponíveis atualmente no mercado.

“O grande desafio na parte interna é o mercado de etanol hidratado para carros flex e todo o debate sobre a abertura do mercado externo, que esperamos que ocorra com a queda das tarifas, particularmente nos Estados Unidos,” concluiu Jank.