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Expansão dos canaviais é prioridade para garantir oferta de etanol

27 de maio de 2011

Para evitar um desabastecimento de etanol nos próximos anos é necessário investir pesado na expansão da área plantada de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do País. Esta foi uma das principais mensagens do presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Marcos Jank, aos participantes do seminário “Perspectivas para o Agribusiness em 2011 e 2012,” organizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a BM&FBovespa, nesta quinta-feira (26/05), no Hotel Transamérica de São Paulo.

“Produzir mais etanol do que açúcar ou até mesmo priorizar o mercado interno em vez do externo são questões secundárias neste momento. A medida mais urgente é a expansão dos canaviais, ou seja, temos que focar na maior oferta de cana, do contrário não haverá quantidade suficiente de açúcar e etanol para atender as demandas nacionais e internacionais no futuro,” ressaltou Jank.

Durante a apresentação “Perspectivas para o mercado de açúcar e etanol,” na décima edição do evento promovido anualmente pelo MAPA e pela BM&FBovespa, o presidente da UNICA também explicou como a adoção de políticas públicas poderia ajudar a regularizar a produção do etanol. “A cobrança de diferentes alíquotas de ICMS para o etanol e a gasolina, por exemplo, e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para as montadoras investirem em motores flex mais avançados, são ações perfeitamente viáveis,” destacou.

Desde dezembro de 2003, o Estado de São Paulo pratica uma a alíquota de comercialização do ICMS sobre o etanol hidratado reduzida, de 25% para 12%. Nos estados de Alagoas, Espírito Santo e Sergipe são cobradas alíquotas de 27%, as maiores do País. Alíquotas elevadas tiram a competitividade do etanol em diversos estados brasileiros, pois elevam o preço a ponto de tornar o uso do biocombustível em carros flex menos eficiente do que o uso da gasolina.

Além do etanol e do açúcar, especialistas debateram em seis painéis os cenários de mercado para as principais cadeias produtivas do agronegócio: milho, aves e suínos, café, algodão, pecuária de corte e soja. O ex-ministro da Fazenda e sócio-diretor da Tendências Consultoria Integrada, Mailson da Nóbrega, e o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, foram alguns dos destaques no evento.