undefinedNão é só na produção crescente e no aumento de competitividade que o setor sucroenergético brasileiro ganha musculatura, mas também em áreas que compõem a cadeia produtiva. Na visão da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), a recente venda de quatro usinas da Dedini S/A para a Venezuela atesta este movimento, que dá indícios de ser crescente.
“Essa é uma das áreas em que o Brasil pode contribuir para o processo de internacionalização do etanol. Temos várias formas de cooperação tecnológica com outros países, tanto na área agrícola quanto na industrial, além de know-how e tecnologia testados e bem-sucedidos adquiridos ao longo de vários anos,” avalia o diretor executivo da UNICA, Eduardo Leão de Sousa.
Em janeiro de 2010, a Dedini, uma das principais fornecedoras de plantas insdústriais para o setor sucroenergético, embarcou 18 mil metros cúbicos de equipamentos que serão usados na construção de quatro usinas sucroenergéticas na Venezuela. Cada uma das usinas terá capacidade de produção de 700 mil litros de etanol por dia.
José Luiz Olivério, vice-presidente de Tecnologia e Desenvolvimento da Dedini, explica que as novas instalações fazem parte de um projeto maior, denominado Pólo de Etanol da Venezuela. Nos próximos anos, serão construídas mais sete usinas na região da quarta maior cidade venezuelana, Barquisimeto, localizada na região nordeste do país. “O objetivo é promover o desenvolvimento regional gerando emprego, renda e, principalmente, fixando o homem no campo,” afirma Olivério.
A Dedini informa que enviará um total de 35 metros cúbicos de materiais para a gigante estatal Petróleos de Venezuela S/A (PDVSA) até agosto deste ano, quando termina a fase de entrega do projeto e começa a fase final de montagem das usinas.
Oportunidade
Com o crescimento da produção e do consumo de etanol em vários países, o mercado internacional vem rendendo boas oportunidades de negócios para empresas brasileiras.
Além da Dedini, o grupo Norberto Odebrecht também está envolvido com projetos de energia renovável na África, especialmente em Angola. Uma joint-venture formada com mais três empresas investirá na produção de cana-de-açúcar e na construção de uma usina agolana até 2012.
Em 90 anos de existência, foram 29 empreendimentos sucroenergéticos negociados em diversas partes do mundo pela Dedini. “Já definimos nossa internacionalização. Há entendimentos para a implantação de uma joint-venture na Índia e estudos para a implantação de uma empresa na África e América do Norte, cobrindo também a região da América Central e do Caribe,” informa Olivério. No Brasil, a Dedini já construiu 866 destilarias de etanol.