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Desempenho e sustentabilidade do etanol em modelos superesportivos

8 de fevereiro de 2012

undefinedA conversão dos chamados automóveis “superesportivos” movidos a gasolina para que utilizem E-85 (85% etanol e 15% gasolina), prática que vem ocorrendo em alguns países da Europa e nos Estados Unidos, reforça a tendência de adoção de combustíveis renováveis no mercado automotivo de luxo e alto desempenho. Para o consultor em Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, adaptações desse tipo em veículos da Ferrari ajudam a quebrar paradigmas em relação à utilização de biocombustíveis.

“Uma Ferrari movida a biocombustível é algo simbólico, embora experiências semelhantes já tenham sido feitas com modelos de outras montadoras, como o Nissan GT-R, convertido para andar com etanol” afirma Szwarc. Ele lembra que a primeira marca a adotar um combustível renovável no segmento de luxo foi a britânica Bentley, com o Continental SuperSports flex, produzido desde 2009.

“A mesma tecnologia do Continental vai ser utilizada em toda a linha de veículos da empresa em 2012,” informa o consultor da UNICA. Em 2010, o Continental SuperSports flex, que pode utilizar E-85 ou gasolina, foi uma das principais atrações do Labirinto Canavial, o estande do Projeto AGORA durante o Salão Internacional do Automóvel.

Carro personalizado

O crescimento da utilização do etanol em superesportivos é uma alternativa cada vez mais explorada por empresas de customização automotiva, caso da norueguesa Customized, que converte a Ferrari FF para andar com E85, e da americana Switzer Performance, que adaptou o Nissan GT-R para o E100. Oferecer um produto com alto desempenho e apelo ambiental são as armas para conquistar novos consumidores.

Dados da Customized indicam que usando o E-85 as emissões do modelo FF, avaliado no Brasil em R$ 2,7 milhões, caem de 360 gramas de poluentes por quilômetro (g/km) para menos de 100g/km. “O etanol, em comparação à gasolina, reduz em até 90% as emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE),” ressalta Szwarc.

O E-85 também proporciona maior potência ao motor V12 da Ferrari FF. São 885 cv de potência, 225 cv a mais do que quando o motor utiliza gasolina, com velocidade final de 335 km/h. Usando o biocombustível, o carro vai de zero a 100 km/h em 3,0 segundos, quase 1 segundo mais rápido do que quando movido a gasolina.

Ferrari FF

O FF, abreviação de “Ferrari Four”, foi lançado em março de 2011 durante o Salão Internacional de Genebra, na Suíça. Recebeu esse nome por ser a primeira Ferrari a contar com tração nas quatro rodas e com capacidade para quatro pessoas.

No Brasil, o veículo começou a ser comercializado em dezembro de 2011, pelo Grupo Via Itália, representante oficial da Ferrari no País localizada na zona sul de São Paulo (SP).