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Flex aliviam cofres públicos e melhoram qualidade do ar em Jundiaí

25 de abril de 2018

Economia e redução de poluentes com o biocombustível da cana Desde o início do ano passado, a competitividade do etanol frente à gasolina tem feito com que a prefeitura de Jundiaí (SP) optasse pelo biocombustível em quase 300 veículos flex da frota local. Segundo a Unidade de Gestão de Administração e Gestão de Pessoas (UGAGP) da cidade, o consumo de mais de 371 mil litros do combustível renovável pelos veículos corporativos proporcionou um alívio de aproximadamente R$ 166 mil aos cofres municipais em 2017. Caso os preços do etanol continuem atrativos, prevê-se uma economia ainda maior, de até R$ 447 mil em 2018.

Se confirmada a estimativa, o biocombustível de cana evitará que os gastos anuais com combustíveis em Jundiaí ultrapassem a cifra dos R$ 3 milhões. Em média, a frota flex da prefeitura utiliza 30.945 litros de etanol, 28.374 de gasolina e 20.681 de diesel por mês.

O consultor de Emissões e Tecnologia da UNICA, Alfred Szwarc, ressalta que o rendimento dos carros flex abastecidos com o biocombustível da cana tem se revelado cada vez melhor ao longo dos últimos anos.

“Um importante estudo feito pelo Instituto Mauá de Tecnologia, que analisou a performance entre o etanol e a gasolina em veículos flex de diferentes categorias em condições de tráfego real, revelou que o desempenho médio do etanol hidratado em relação à gasolina comum pode chegar a 75,4%. Se compararmos estes valores com os encontrados no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), obtidos em testes de laboratório, temos que na melhor das hipóteses esse desempenho chega a 72,1%”, explica o consultor.

Além do bolso

Alfred elenca outras vantagens do carro flex e o fato de o consumidor brasileiro ter à disposição uma tecnologia única no mundo, somente possível graças a grande oferta de etanol existente no País. “O motorista tem plena liberdade na hora de abastecer o tanque de acordo com a sua necessidade ou preferência, basta fazer a conta. Além disso, a tecnologia flex associada ao etanol, seja na forma de anidro (misturado em até 27% na gasolina) ou de hidratado (direto na bomba), evita a emissão de milhões de toneladas de CO2, um dos mais nocivos gases de efeito estufa”, afirma.

Alfred cita números que dimensionam os benefícios socioambientais gerados pelos flex ao longo de quinze anos no Brasil. “Usando gasolina, que contém até 27% de etanol anidro misturado, ou o biocombustível hidratado, obtido direto da bomba, os brasileiros deixaram de emitir mais de 450 milhões de toneladas de CO2 desde março de 2003. Para mitigar esta mesma quantidade, teríamos que cultivar mais de 3 bilhões de árvores nos próximos 20 anos”, observa o executivo.

Para demonstrar o impacto positivo que o consumo do biocombustível sucroenergético tem na saúde da população, Alfred aborda os resultados de um trabalho desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da USP. “O levantamento indica que o uso do etanol em oito grandes capitais brasileiras ajudou a evitar mais de 1.500 mortes e 9.000 internações decorrentes de problemas respiratórios e cardiovasculares ligados aos poluentes emitidos por combustíveis fósseis”, conclui.

Frota “verde”

No Brasil 19 montadoras produzem cerca de 600 versões de automóveis flex, que atualmente representam aproximadamente 70% da frota leve em circulação. São 27 milhões de veículos e 4,5 milhões de motocicletas capazes de utilizar etanol, gasolina ou a mistura de ambos em qualquer proporção.