O lançamento do primeiro foguete brasileiro com motor a propelente líquido aconteceu na noite de 1° de setembro, no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. Todas as exigências técnicas de sucesso da missão foram obtidas, segundo o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, coordenador da operação.
Para o consultor em Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, o bem sucedido projeto vai auxiliar o Brasil a se consolidar de uma vez, como um dos países que mais contribuem para a sustentabilidade e a inovação tecnológica no setor aeroespacial.
“O nosso etanol é uma importante fonte de energia limpa e renovável, com certeza a melhor e mais eficiente alternativa aos combustíveis fosseis, isso faz com que o Brasil seja protagonista em projetos desta magnitude”, concluiu Szwarc.
No voo, que teve duração de três minutos e 34 segundos, o foguete VS-30 descreveu uma parábola até cair no mar, conforme o previsto. A Marinha atuou no isolamento do tráfego marítimo e na comunicação com os navegantes. A carga útil embarcada, denominada “Estágio Propulsivo a Propelente Líquido”, consiste em um motor que utiliza etanol e oxigênio líquido. O sistema foi desenvolvido pela empresa Orbital Engenharia em parceria com o IAE.
O bom desempenho do motor possibilitará a retomada de lançamento dos foguetes brasileiros, por parte da Agência Espacial Alemã a partir da Europa. Os alemães participaram da operação com trabalho de coleta de dados em voo, por meio de uma estação móvel de telemetria.
Além dos testes do combustível, a missão também teve os objetivos de manter a operacionalidade do centro de lançamento e dar prosseguimento ao Programa Espacial Brasileiro, em coordenação com a Agência Espacial Brasileira (AEB).