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Gigante petrolífera reconhece etanol como solução energética

17 de maio de 2010

undefinedO importante papel da indústria brasileira de etanol, em oferecer ao mundo uma solução energética limpa e renovável, foi reconhecido pelo presidente da empresa de petróleo Chevron Technology Ventures, Desmond King, durante a Conferência Global do Instituto Milken, realizada em Los Angeles, na Califórnia (EUA), no dia 27 de abril. O Instituto Milken é um centro de especialistas focados na criação de uma economia global mais democrática e eficiente.

Segundo o representante-chefe da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) na América do Norte, Joel Velasco, “a lição a ser aprendida com a experiência brasileira em energia é que o etanol de cana não é somente uma solução, mas uma parte importante da estratégia para a diversificação energética.” Durante a conferência, Velasco participou do painel “Novo momento para os biocombustíveis”.

O mandato federal americano (Renewable Fuel Standard – RFS2) exige o consumo de quase 80 bilhões de litros (21 bilhões de galões) de combustível avançado nos Estados Unidos até 2022. Esta categoria é restrita aos biocombustíveis que reduzem em pelo menos 50% as emissões de gases de efeito estufa em comparação à gasolina. No início de 2010, o etanol brasileiro de cana foi classificado como um biocombustível avançado pela Age?ncia de Protec?a?o Ambiental dos Estados Unidos (Environmental Protection Agency – EPA).

Durante o evento, que reuniu mais de três mil participantes vindos de 60 países, Desmond King lembrou os participantes que o etanol de cana é “a única biomassa e tecnologia que se enquadra neste requerimento.”

Alan Boyce, presidente da Adecoagro, que participou do mesmo painel, esclareceu alguns mitos sobre o etanol produzido no Brasil. “A expansão do etanol de cana não se dá sobre a Amazônia. Na verdade, a maioria da produção acontece sobre pastagens degradadas e o País ainda possui 172 milhões de hectares dessas pastagens disponíveis. Portanto, a possibilidade de expansão somada ao fato de a matéria-prima apresentar significante produtividade por hectare – maior que qualquer outra commodity – torna esta indústria muito promissora.”

Taxando uma solução energética global

Apesar do reconhecimento geral dos conferencistas sobre o papel que o etanol de cana pode ter no combate aos problemas energéticos, ainda existem várias barreiras comerciais. Velasco enfatizou que os dois maiores produtores de etanol do mundo, Estados Unidos e Brasil, lançaram seus programas nos anos 70.

No entanto, diferentemente do que acontece nos Estados Unidos, os produtores brasileiros não dependem de incentivos governamentais. “Subsídios são importantes, mas há uma hora, lugar e papel específico para eles. A indústria de cana-de-açúcar do Brasil está muito melhor hoje, sem os subsídios, em termos de produtividade e competitividade,” afirmou Velasco.

O governo americano impõe uma tarifa de US$0,54 por galão (3,74 litros) de etanol importado, de qualquer origem. Este imposto, mais o valor de 2,5% sobre a tarifa (ad valorem), somam cerca de US$0,60 por galão de biocombustível. Esta política bloqueia efetivamente o etanol de cana-de-açúcar de entrar no mercado americano de forma competitiva.