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Governo da Dinamarca quer saber mais sobre processo produtivo da cana no Brasil

11 de setembro de 2009

Os dinamarqueses querem obter mais informações sobre o processo de produção de combustível renovável a partir da cana-de-açúcar. Foi esse interesse que motivou a visita à sede da União da Indústria de Cana-de-Açúcar  (UNICA) nesta quinta-feira (10/09), de uma delegação daquele país liderada pelo ministro do Meio Ambiente, Troels Lund Poulsen.

Em pouco mais de uma hora, o grupo ouviu detalhes sobre  a contribuição do setor sucroenergético para reduzir as emissões de CO2 e ações de sustentabilidade do setor. Para a assessora sênior do Presidente da UNICA para Assuntos Internacionais Geraldine Kutas, que recepcionou o grupo, o Brasil e a Dinamarca podem promover investimentos e propagar o uso de energias limpas inclusive fazendo uso da “Diretiva Européia”, que incentiva o uso de energias renováveis. “Temos que disseminar tecnologias limpas que já existem e dão resultado em vez de ficar esperando que futuras tecnologias solucionem os atuais desafios”, enfatizou.

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

O consultor para Emissões e Tecnologia da UNICA, Alfred Szwarc, também presente ao encontro, explicou ao ministro Poulsen as contradições do chamado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), ferramenta que permite a compra de “créditos de carbono”.

O assunto veio à tona em razão da proximidade da 15ª Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP 15), que ocorrerá na Copenhague entre os dias 7 e 18 de dezembro. Na ocasião, os principais líderes mundiais debaterão novas propostas para reduzir os impactos de emissões de poluentes no planeta.

“Não faz sentido que um país desenvolvido importe etanol de cana para reduzir suas emissões no setor de transporte, enquanto o programa brasileiro do combustível não recebe nenhum crédito de carbono por isto”, afirmou o consultor da UNICA ao grupo justificando a posição que o setor privado defenderá na COP-15. No início de setembro, a UNICA participou do lançamento da Aliança Brasileira pelo Clima (para mais informações, clique aqui), que levará uma série de propostas à Convenção, entre elas uma nova regulamentação para o uso do MDL.

Bioeletricidade

Ao ser questionada sobre os biocombustíveis de segunda geração, a assessora da UNICA, que esteve pela manhã com o mesmo grupo na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), afirmou que para impulsionar esta nova tecnologia no Brasil é necessário o aumento da demanda de etanol para exportação.

“A matéria-prima usada para a produção do etanol de segunda geração é a mesma utilizada para produzir a bioeletricidade, que são a palha e o bagaço da cana A eliminação das barreiras tarifárias impostas à importação do etanol de cana e um futuro aumento da demanda mundial pelo produto poderiam mudar este cenário”, concluiu.