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Governo da Tailândia quer aumentar a produção de etanol

2 de maio de 2011

A Tailândia quer aumentar sua produção de etanol para depender cada vez menos do petróleo importado. Até 2022, o consumo diário do biocombustível naquele país deve ser multiplicado por sete, passando dos atuais 1,3 para 9 milhões de litros. E o Brasil pode ser um parceiro estratégico para esses objetivos, de acordo com o presidente da Agência de Ciência e Desenvolvimento Tecnológico da Tailândia (National Science and Technology Development Agency – NSTDA), Thaweesak Koanantakool.

O executivo tailandês afirmou que o país acredita no uso do etanol: “Somos um país com potencial para produzi-lo, com um setor agrícola em expansão. E por ainda dependermos da importação de gasolina, nosso governo tem investido em pesquisa e desenvolvimento de diversas fontes de energia alternativa,” observa Koanantakool, que esteve nesta quinta-feira (28/04) na sede da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), em São Paulo, acompanhado de 19 executivos.

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Apesar de a Tailândia ser um grande produtor de cana-de-açúcar, com 40 usinas em atividade no país, o etanol tailandês é fabricado a partir do melaço e da mandioca, diferentemente do caso brasileiro. O motivo é a falta de terras suficientes para o cultivo de cana em larga escala, o que obriga os tailandeses a priorizarem a produção de açúcar.

Desde 2007, vigora na Tailândia a mistura de 10% de etanol adicionado à gasolina, combustível conhecido como E10. No futuro, embora ainda não haja uma data definida, os tailandeses pretendem implementar o E20.

Incentivo

Para estimular a fabricação interna de etanol, o governo da Tailândia tem lançado várias ações no setor de transporte. Em julho de 2008, foi aprovado um corte de 20% na tributação imposta a veículos flex comercializados no país.

No início de 2011, a Tailândia também anunciou que fará testes com ônibus movidos a etanol, algo semelhante ao que já ocorre em países como Brasil e Suécia. O projeto é fruto de um acordo entre o governo, a petrolífera estatal Petroleum Authority of Thailand (PTT) e algumas empresas do setor privado. Ao todo, serão gastos 20 milhões de bahts (moeda tailandesa) para viabilizar a operação, o equivalente a cerca de US$ 640 mil.

Além do setor de transportes, o etanol também pode ser uma alternativa para a produção de garrafas de plástico para os asiáticos. Recentemente, a empresa tailandesa Indorama Ventures PCL, maior fabricante de politereftalato de etileno (PET) do mundo, declarou interesse em usar etanol como matéria-prima de seus produtos.