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Governo de El Salvador quer retomar discussões sobre mistura de E10

6 de julho de 2010

Discussões para a adoção da mistura de 10% de etanol na gasolina (E10) em El Salvador deverão ser retomadas junto ao governo o quanto antes, segundo o diretor comercial da Agência de Promoção e Investimento de El Salvador (Proesa), Mariano Olazábal Balcázar. Durante visita à União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) nesta quarta-feira (30/06), Balcázar e a embaixadora de El Salvador, Rina Angulo Rojas, afirmaram que a adoção da mistura pode ser o fator chave para o desenvolvimento do setor sucroenergético em seu país.

“Ainda não temos a obrigatoriedade de 10% do uso do etanol no mercado nacional e fazer esta regulação é importante. As tentativas começaram no governo anterior, mas ficaram para trás. A idéia é retomar este acordo para podermos realmente incentivar a produção e o uso do etanol em nosso país,” disse Balcázar.

A embaixadora visitou a UNICA acompanhada do diretor da Proesa para identificar empresas do setor que possam participar de uma rodada de negócios com empresários de El Salvador, que será realizada na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) no dia 09 de agosto de 2010. Na ocasião está prevista uma apresentação sobre aquele país, além de encontros setoriais sobre etanol, indústria têxtil, turismo e equipamentos médicos hospitalares. A rodada vai contar com a presença dos presidentes Mauricio Funes, de El Salvador e Luis Inácio Lula da Silva.

“A idéia é realizar contatos e trazer novos investidores para o setor sucroenergético em El Salvador após este encontro, de forma que isso incentive o governo a reativar as discussões sobre a mistura de E10,” afirmou o diretor da Proesa.

Para o diretor executivo da UNICA, Eduardo Leão de Sousa, o interesse de El Salvador em adotar a produção e o uso do etanol é um dado muito promissor. “É um país que se beneficiaria muito se dedicasse parte de sua cana-de-açúcar ao etanol, pois tem um custo elevado de importação de petróleo, que poderia ser atenuado. A mistura do etanol também traria uma redução nas emissões de gases causadores do efeito estufa, e se o país der um passo a mais e passar a produzir bioeletricidade a partir do bagaço de cana, ganharia mais ainda pois hoje El Salvador convive com ‘blecautes’ freqüentes.”

Segundo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulgado em abril de 2010, as usinas de açúcar de El Salvador já concordaram com a adoção da mistura de E10. No entanto, de acordo com a Associação de Açúcar de El Salvador, para o país produzir 15 milhões de galões (cerca de 57 milhões de litros) de etanol internamente por ano, o estimado para um mandato de E10, El Salvador precisaria de quatro usinas de etanol produzindo 31.700 galões por dia (quase 120 mil litros), funcionando de 120 a 150 dias por ano.

Cooperação institucional

Durante a visita à UNICA, Balcázar expressou interesse em uma cooperação entre a entidade brasileira e a Associação de Açúcar de El Salvador, que exerce a mesma função naquele país. Segundo ele, as organizações podem se ajudar mutuamente, complementando seus esforços para o benefício do setor sucroenergético.

“O pioneirismo brasileiro na produção de etanol de cana-de-açúcar serve como exemplo para países da América Central como El Salvador. Devemos tomar a UNICA como um modelo de trabalho institucional,” concordou a embaixadora Rina Rojas.