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Interesse por etanol de maior fabricante mundial de garrafas PET

7 de fevereiro de 2011

O interesse em usar o etanol brasileiro como matéria-prima declarado pela maior fabricante mundial de politereftalato de etileno (PET), a tailandesa Indorama Ventures PCL, aponta para um futuro promissor para os bioplásticos. A opinião é do consultor de tecnologia e emissões da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, sobre entrevista concedida ao site do The Wall Street News pelo presidente da empresa, Sri Prakash Lohia. O executivo afirmou que sua empresa gostaria de firmar parceria com uma usina brasileira.

“No momento, toda nossa matéria-prima é baseada no petróleo. Estamos focando na indústria brasileira de etanol, cujo produto pode ser convertido no que chamam de bioplástico, que é muito mais ‘verde’. Gostaríamos de fazer uma parceria com alguém que tenha etanol disponível,” revelou Lohia ao prestigiado jornal americano em entrevista divulgada no dia 18 de janeiro de 2011.

Para Szwarc, o crescente interesse por produtos de origem vegetal no mercado de plástico é uma tendência, e a publicidade em torno do tema é cada vez maior. Em 2010, a Braskem inaugurou uma fábrica para a produção de eteno 100% derivado de etanol e a Coca-Coca lançou a garrafa “PlantBottle”, produzida com até 30% de etanol derivado de cana-de-açúcar.  A garrafa faz parte de uma estratégia global da empresa, de substituição do petróleo por etanol na produção de embalagens.

Consumidores na mira

“A consolidação do mercado de bioplásticos viabiliza o uso de matérias-primas de origem renovável e a consequente diversificação de insumos primários, contribuindo para a economia de fontes fósseis e a mitigação de gases de efeito estufa. Produtos fabricados com biopláticos certamente estão em linha com as expectativas de um número crescente de consumidores, cada vez mais interessados na prática do consumo responsável,” explica Szwarc.

O especialista da UNICA acrescenta que a expansão dos bioplásticos poderá representar, em poucos anos, uma demanda por etanol superior a 1,5 bilhão de litros por ano, “com grande potencial para geração de negócios e de mais de 18 mil empregos no setor sucroenergético”.

De acordo com estimativas feitas pela UNICA, a produção de cada lote de 10 milhões de garrafas de origem vegetal – como é a “PlantBottle” –, com capacidade para dois litros, equivale à utilização de 68 mil litros de etanol para cada lote. Se o conteúdo de matéria-prima de cana passar de 30% para 100%, como pretende a Coca-Cola, a demanda de etanol poderá atingir 227 mil litros de etanol para cada 10 milhões de garrafas.

PlantBottle

Lançada inicialmente durante o encontro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas realizado em Copenhague em 2010, a COP-15, a “PlanBottle” começou a ser comercializada no Brasil em abril de 2010, inicialmente nas embalagens de Coca-Cola de 500 ml e 600 ml, no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Recife e Porto Alegre. Segundo a empresa, em 2010, a produção inicial das garrafas “verdes” reduziu o uso de petróleo em mais de cinco mil barris.

Os cálculos realizados pela UNICA indicam que a produção de cada lote de 10 milhões de “PlantBottle”, com capacidade para dois litros, representa uma redução de aproximadamente 550 toneladas de gás carbônico (CO2), principal causador do efeito estufa. Por esta estimativa, essa redução equivale ao que seria possível absorver da atmosfera, em um ano, com o plantio de 78.540 árvores nativas.